Espécies De Árvores Ideais Para a Beira De Rios

As matas ciliares são formadas por uma flora de alta variedade de espécies tanto de flora quanto de fauna, devido ao fato de ocuparem diversos meios pelo decorrer das margens dos rios, ou seja, essa heterogeneidade varia muito em função da extensão de cada rio. A enorme quantidade de determinantes ecológicas nas margens dos cursos dos rios predispõem o desenvolvimento de uma flora, em geral, arbustivo-arbóreo a qual é moldada em função de tais quantidades de determinantes ecológicas existentes em cada meio por onde o rio passa. Antes de conferir quais são as espécies de plantas ideais para serem cultivadas na beira de rios, confira quais são, na maioria dos casos, as premissas básicas quando se pretende selecionar espécies de plantas para recuperar matas da beira de rios:

  •  Cultivar espécies de plantas nativas das matas da beira de rios de uma determinada região definida;
  • Plantar a maior quantidade possível de espécies de plantas a fim de aumentar a biodiversidade;
  • Colocar espécies de plantas nativas de rápido desenvolvimento em meio à outras espécies não nativas, desde que secundárias tardias e climáticas;
  • Cultivar plantas atraentes aos animais da região;
  • Respeitar a tolerância das plantas em relação à umidade do solo, ou seja, cultive apenas espécies de plantas adequadas ao dado nível de umidade do solo.

Quanto à escolha de plantas as quais serão cultivadas em regiões na beira de rios é fundamental lembrar sobre a variação da umidade da terra pelo curso das margens dos rios. No caso das áreas constantemente encharcadas, é indicado cultivar plantas as quais suportem essa característica, como por exemplo as plantas comuns em florestas de brejo. Para os diques, recomenda se plantas as quais sobrevivam às condições climáticas de inundações periódicas. E no caso de regiões sem inundação, como por exemplo as áreas mais altas de um terreno é indicado plantar espécies as quais sejam adequadas a solos com boa drenagem.

Esse cuidado com as plantas nativas de cada região é fundamental pois essas espécies de plantas passaram por todo um processo evolutivo, o qual as tornou aptas às condições ambientais de uma dada região. Por exemplo, o cultivo de uma planta nativa de matas da beirada de rios da região nordeste do Brasil em um espaço ciliar da região sudeste, pode vir a não ter sucesso algum devido a problemas de adequação ao clima incomum para aquela espécie. Além do mais, durante o estudo de recuperação há a necessidade de levar em conta também como a vegetação se comporta em função da fauna local, a qual terá  papel de ser uma dispersora de sementes, ajudando a regenerar de maneira natural a flora nativa. Plantas regionais, as quais desenvolvem frutos comestíveis para a fauna local, contribuem na recuperação das atividades ecológicas da mata de beira de rios, agindo inclusive na dieta alimentar dos animais viventes nesses rios.

O mais indicado é que se use uma enorme quantidade e variedade de espécies de plantas a fim de produzir uma diversidade de flora, simulando, desse modo, uma típica mata ciliar nativa. Matas com uma diversidade mais abrangente de espécies de plantas, demonstram uma melhor atuação no objetivo de recuperar possíveis transtornos, um maior reaproveitamento de nutrientes, mais fatores atrativos à fauna local, uma proteção mais segura da terra contra os processos de erosão e, por fim, uma significativa resistência contra pestes e outras doenças.

Em regiões de beira de rios localizadas perto de outras florestas típicas daquela região e, ainda, quando não há a opção de escolha de mudas de variadas plantas, cultivos mais homogêneos devem sim ser realizados. Nesse casos, é preciso fazer um melhoramento natural da região recuperada, por meio de sementes chegadas das matas próximas ao local de recuperação. Ainda assim, destaca-se que o acréscimo da diversidade nesses tipos de cultivos mais homogêneos possuem a ter uma tendência de desenvolvimento consideravelmente mais lento, podendo haver a necessidade subseqüente de cultivos específicos de enriquecimento ou, ainda, a inclusão de novas sementes para acelerar o processo de recuperação da beira de um determinado rio.

A mistura de plantas de variados grupos ecológicos é completamente importante para os projetos de recuperação das regiões da beira de rios. As matas se desenvolvem por meio do processo conhecido por sucessão secundária, no qual grupos de plantas adequados às condições de uma incidência solar mas alta colonizam as regiões abertas, e desenvolvem se num curto espaço de tempo, projetando áreas sombreadas essenciais para o crescimento de plantas mais morosas na sucessão.

As plantas as quais suportam o alagamento freqüente do solo são as mais indicadas para as beiradas de rios e terrenos de brejo como visto acima nesse post. Simplificando a teorização dada acima, as espécies de plantas as quais toleram melhor inundações apenas periódicas recomenda se que sejam plantadas um pouco mais distantes da beirada dos rios, em solo menos úmido. A distancia indicada para o cultivo é de três metros entre linhas e de dois metros entre plantas. Confira, por fim, quais são as espécies de plantas mais indicadas para serem plantadas na beira de rios:

Plantas Para Terrenos Alagados, Ou Seja, Mais Próximas à Beira Dos Rios

  • Açoita-cavalo-miúdo (Luehea divaricata)
  • Peito-de-pombo (Tapuira guaianensis)
  • Jenipapo (Genipa americana)
  • Embaúbas (Cecropia hololeuca e Cecropia pachystachya)
  • Pindaíba (Xylopia emarginata)
  • Crista-de-galo (Erythrina crista-galli)
  • Ipê-amarelo-do-brejo (Tabebuia umbellata)
  • Sangra d’água (Croton urucurana)
  • Suinã (Erythrina falcata)
  • Angico (Anadenanthera colubrina)
  • Tapiá (Alchornea glandulosa)
  • Palmito (Euterpe edulis)
  • Pau viola (Cytharexillum myrianthum)
  • Salgueiro (Salix humboldtiana)
  • Guanandi (Calophyllum brasiliensis)
  • Ingá (Inga spp)
  • Jerivá (Syagrus romanzoffiana)
  • Peroba poca (Aspidosperma cylindrocarpon)
  • Pinha-do-brejo (Talauma ovata)

Plantas Tolerantes a Inundação Periódica, Ou Seja, Mais Afastadas Da Beira Dos Rios

  • Copaíba (Copaifera langsdorfii)
  • Figueira (Ficus spp)
  • Canela-batalha (Cryptocarya aschersoniana)
  • Goiabeira (Psidium guajava)
  • Capixingui (Croton floribundus)
  • Guaiuvira (Patagomela americana)
  • Cabriúva (Myroxylon perniferum)
  • Jabuticaba (Myrciaria trunciflora)
  • Capororoca (Rapanea ferruginea)
  • Aroeira-vermelha (Schinus terebenthifolius)
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Comentários

  • gostaria de saber quantos metro de distancia de planta arvores por arvores

    jusceliocosta92@hotmail.com 4 de setembro de 2016 11:01 Responder

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