A mandacaru é uma planta típica da região do semiárido brasileiro, no Nordeste do Brasil. Seu nome científico é Cereus jamacaru e, popularmente falando, ela também pode ser chamada apenas de jamacaru ou também de cardeiro, dependendo do local do país onde pode ser encontrada. A mandacaru pertence à família biológica Cactaceae e ao gênero cactus, o que faz dela um cacto propriamente dito.
Suas características principais são as gerais encontradas em todos os cactos, como o fato de ser uma planta xerófita, por exemplo, que significa que a planta possui estruturas específicas e fatores que permitem sua sobrevivência em um meio com pouca água, como o meio semiárido, árido ou até mesmo desértico. Além disso, ela é uma planta arbustiva e é nativa do Brasil. O nome Mandacaru vem da língua tupi-guarani, de mãdaka’ru ou de iamanaka’ru e que significa espinhos agrupados danosos.
Os espinhos do mandacaru podem servir de alimento, após serem cozidos. Na realidade, os espinhos queimados são mais utilizados para alimentar alguns animais, principalmente durante o período de estiagem, como bois, cabras e bodes, por exemplo.
Para plantar o mandacaru é preciso se ter em mente que a plantação deve ocorrer cerca de um mês antes do período de chuva, uma vez que o período em que a planta necessitar de água coincidirá com o período natural das chuvas, não necessitando de muitos cuidados para promover sua irrigação. O primeiro corte da planta mandacaru, principalmente para a retirada de mudas, pode ocorrer após o segundo ano de plantio apenas, para que não haja risco de a planta vir a falência após a retirada da muda que se deseja. Para cada planta, durante toda a sua vida, conseguem ser retiradas mudas suficientes para a plantação de mais cerca de cem outras plantas de mandacaru.
Outros cuidados com a plantação envolvem a realização de adubos. A mandacaru é uma planta que se adapta muito bem aos adubos orgânicos, isto é, podem ser utilizados estercos de curral mesmo para a realização de suplementação nutricional para o solo. Sendo isso, podemos considerar a mandacaru como uma planta de baixo custo de plantio, o que favorece pequenos produtores ou até mesmo os produtores que realizam a plantação para consumo próprio apenas. Para a plantação de uma muda de mandacaru é necessário que se corte pedaços dos galhos da planta já com no mínimo dois anos de plantio. Esses pedaços devem secar durante pelo menos uma noite antes de ser enterrada no solo. É importante lembrar que apenas uma parte desse pedaço deve ser enterrado no solo.
A planta pode alcançar até cinco ou até mesmo seis metros de altura. Suas sementes se espalham com a ação do vento sobre os telhados e sobre casas, principalmente em ambiente rural que apresente o bioma da caatinga, que tem a característica de ser bastante seco e poucas quantidades de umidade no ar, com incidência do sol de maneira bastante intensa. Suas raízes têm a característica de serem bastante profundas, conseguindo inclusive atingir os lençóis freáticos, absorvendo sua água. Além disso, os espinhos revestem todo o tronco da planta, o que faz com que ela fique protegida dos animais herbívoros que vivem na caatinga, além de promover a redução da perda de água para o meio ambiente, já que a água é muito escassa nesse tipo de bioma.
Culturalmente, a planta mandacaru é utilizada para auxiliar no tratamento de doenças dos rins. Para isso, é realizada uma espécie de chá com a mandacaru. Podem ser cortadas quatro rodelas da planta e juntar com quatro pés de quebra-pedra do tipo roxa, que devem, juntas, descansar durante todo um dia em um litro de água fria. Essa mistura deve ser colocada na geladeira. Não é um chá propriamente dito porque essa água não deve ser fervida, muito menos essa mistura. Sendo assim, é uma espécie de água de cheiro.
Para a atuação do efeito nos rins, também pode ser feito um suco com a mandacaru, tirando os espinhos e cortando os pedaços. Em seguida, adiciona-se água e bata tudo no liquidificador, adicionando açúcar, se achar necessário ou outro adoçante. A cultura popular diz que essa mistura pode auxiliar na eliminação de cálculo renal, bem como no auxílio na infecção de urina, com ação anti-infecciosa, inclusive.
No entanto, sempre é válido ressaltar a importância da procura de auxílio médico para o tratamento de qualquer doença e que os itens naturais nunca devem substituir totalmente o tratamento tradicional médico.