As plantas do tipo lavanda também são bastante conhecidas como alfazemas, principalmente em Portugal, apesar de em algumas regiões do Brasil ela também ser mais conhecida por esse nome. As lavandas são plantas do gênero Lavandula e pertencem à família das Lamiaceae. As alfazemas ou lavandas são conhecidas pelo cheiro que exalam e pelas fragrâncias que levam seu nome e estão presentes em diversos produtos, tanto de limpeza ou produtos próprios para exalar odores agradáveis no ambiente, quanto de cosméticos.
Existem diversas espécies de lavanda, mas, no geral, ela é uma planta do tipo arbustiva e que, portanto, não atinge uma altura significativa, mas tem a característica de ser bastante chamativa, devido suas belas cores e também pelo fato de ser uma planta muito volumosa. Isso porque estruturalmente falando, as lavandas são compostas por subarbustos, que são o que justamente proporcionam esse volume em seu aspecto.
As espécies de lavanda que mais são utilizadas com a finalidade de se realizar ornamentos são as lavandas do tipo Lavandula angustifólia ou também as do tipo Lavandula officinalis. Ao contrário de Portugal, que faz uso principalmente da Lavandula pedunculata, da Lavandula luisieri, da Lavandula medicus e, por fim, da Lavandula multifida.
Além desses tipos de lavanda, há um outro tipo bastante comum em Portugal, que é a Lavandula pinnata. Esse tipo de lavanda é encontrado de maneira natural no chamado Arquipélago da Madeira, que é um conjunto de ilhas pertencentes à Portugal e que é coberto pelas águas do Oceano Atlântico. Trata-se de um arquipélago constituído por sete ilhas e mais dois ilhéus. A Ilha da Madeira é uma das principais e por esse motivo o arquipélago leva seu nome. Um outro local onde a Lavandula pinnata é encontrada é na região da Macronésia. Na verdade, esse nome começou a ser utilizado há pouco tempo para designar alguns grupos de ilhas que se situam no Atlântico Norte, nas proximidades dos continentes europeu e africano. Além disso, essa região também compreende uma extensão da faixa costeira da porção Noroeste do continente africano e que seguem desde o Marrocos até o país Senegal.
A Lavandula pinnata também é conhecida como lavanda folheada e é um tipo de lavanda um pouco mais macio que as demais. As suas folhas chamam bastante a atenção e apresentam um tom levemente prateado, que promove um destaque ainda maior no contraste entre o verde das folhas e o roxo e lilás das flores da lavanda. Essas flores também podem ser vistas por algumas pessoas como um tom de azul com variações para a cor violeta. Sobre os galhos e principalmente nas estações próprias de seu crescimento, essas flores formam cachos que acabam se ramificando sobre as hastes dos galhos verdes que são bem finos e delicados.
A beleza da movimentação dessas flores sobre o arbusto que forma essa planta é de extrema graciosidade, principalmente quando a brisa bate sobre as plantações de lavanda. A partir do momento que essas florações se tornam degastadas, com o tempo, o ideal é que elas sejam removidas para que o arbusto fique com uma aparência melhor e prontas para receberem outra floração.
Diferentemente dos demais tipos de lavanda que aguentam condições de extrema temperatura fria e que são típicas de países com essas características, como a Bélgica e a Rússia, por exemplo, a Lavandula pinnata se adapta a condições climáticas mais amenas. Assim, no geral, as lavandas são plantas que aguentam fortes geadas e, no Brasil, conseguem se estabelecer de maneira satisfatória em regiões do extremo sul do país ou então em fronteiras no sentido sudoeste de nosso país, exceto a Lavandula pinnata, que o ideal, inclusive, é plantá-la em locais que recebam um pouco mais de sol e até em regiões áridas ela consegue se estabelecer bem.
Para que a Lavandula pinnata cresça com saúde e de maneira satisfatória há a necessidade de condições ideais de temperatura, umidade e incidência de luz do sol, de preferência. O essencial para que essa planta cresça bem são, principalmente, a boa drenagem do solo e também a presença de um sol pleno, o que faz com que o seu cultivo seja tão diferente dos demais tipos de lavanda, que não dependem muito da incidência, permanência e intensidade da luz do sol para se desenvolverem de maneira adequada.
A umidade em excesso é prejudicial à Lavandula pinnata, uma vez que ela não consegue manter um nível de água adequado em seus caules e raízes, o que faz com que elas acabem apodrecendo frente à umidade em excesso sem a presença do sol, o que pode ocorrer no outono brasileiro, embora essa situação seja mais comum no inverno europeu. O tipo de solo ideal pode ser tanto de areia quanto de argila, desde que ele seja bem drenado, conforme já citado anteriormente. Quanto ao pH do solo, o ideal é que ele seja neutro, embora a Lavandula pinnata consiga se desenvolver também em um solo mais alcalino.
Além de ser uma planta sem espinhos, é auto sementeira e atrai borboletas, o que faz com que ela fique ainda mais bela. Ao longo de seu crescimento, a Lavandula pinnata acaba se tornando muito volumosa e até mesmo grosseira se não for podada de maneira correta. Isso acaba ocorrendo após alguns anos depois da plantação. A época ideal para a poda desse tipo de lavanda é no período da primavera, uma vez que as condições dessa estação promovem e estimulam as ondas de folhagens novas, o que faz com que, após passar por essa fase, a planta adquira uma aparência melhor, com um aspecto mais jovem.
É ideal que seja plantada em um jardim ensolarado, mas em um local onde as fragrâncias que essa planta exala sejam aproveitadas e apreciadas. Elas também podem ser utilizadas e plantadas em um jardim de inverno dentro de casa, desde que exista um espaço bom para a incidência do sol.
As lavandas, como são utilizadas mais para ornamentação, os arranjos que devem ser preparados com ela devem ser do tipo seco. As lavandas também são úteis para impedir a presença de insetos dentro da casa, o que faz com que ela seja bastante utilizada para este fim. As lavandas também são utilizadas para temperar alimentos, embora isso não seja do conhecimento e também da habilidade de muitas pessoas. O uso da alfazema como tempero não é muito comum na cultura brasileira. O óleo da Lavandula pinnata também pode ser extraído, mas isso é feito mais por parte dos produtores de fragrâncias ou pelas empresas de cosméticos e de produtos de limpeza.
Conforme já dito anteriormente, esse tipo de lavanda é bastante capaz de sobreviver no clima tropical brasileiro e, por esse motivo, pode ser plantado em sua própria casa, no seu jardim e ficam belíssimas para a delimitação de caminhos em chácaras e sítios, por exemplo, da porteira até a entrada da casa principal.
O importante é se atentar para as fases iniciais do plantio da Lavandula pinnata pois, uma vez que ela se encontra bem estabelecida e adaptada ao local onde foi plantada, ela consegue ultrapassar a grande maioria das dificuldades ambientais que por ventura ocorram, principalmente no que diz respeito a secas e a geadas. No caso dessa espécie, ela resiste muito mais às secas do que às geadas, o que é um fator que deve manter o produtor atento.