Sibipiruna

Estar  presente com a natureza é tudo de bom, não é verdade? Quando estamos cansados da vida cotidiana de muito trabalho ou muito estudo optamos por passar alguns momentos em contato mais íntimo com o verde das florestas ou com o azul das águas. Você sabe que quando passamos a pensar mais em nossa vida em um lugar mais fresco, arejado e natural, as ideias fluem muito melhor, não é verdade? Pois bem.

Isso é um reflexo de nossa vida ancestral, onde não se existia civilização como nós conhecemos hoje. Basicamente, nossa vida era totalmente dentro da natureza, com a  busca pela sobrevivência através da caça, da coleta e da nossa proteção contra as intempéries e fenômenos naturais de nosso planeta. Essa dependência direta da natureza cria um laço ainda mais afetivo com tudo o que é natural.

É claro que muita gente não gosta de um contato mais íntimo com a natureza, preferindo a urbanização. Mas é muito difícil alguém que não goste minimamente de um contato com a natureza, sendo esse contato direto ou indireto. Pode ver que as pessoas, mesmo distante da natureza, gostam de criar um animal de estimação ou plantas de estimação.  Apesar de ser comum cachorros, gatos e plantas com flores, outras espécies exóticas acabam entrando na mira dessas pessoas.

No nosso artigo de hoje iremos falar sobre a Sibipiruna, bem como algumas informações bastante interessantes sobre essa planta. Vamos lá?

A Sibipiruna

A Sibipiruna nada mais é do que uma árvore de grande porte, que é nativa do Brasil que pode atingir incríveis trinta metros de altura, sendo que o normal para a espécie é a altura compreendida entre 8 a 16 metros.  O diâmetro também impressiona, podendo chegar a mais de vinte metros, bastante arredondada e vistosa. Ela é uma das árvores mais difundidas por ser usada como decoração pelo país afora. Pode ser facilmente confundida comas espécies “Pau Brasil” e “Pau Ferro”.

Identificação

Elas são facilmente identificáveis (quando se sabe a diferença entre elas e as árvores citadas acima) quando são vistas as estruturas de suas sementes, que comprovam que é uma sibipiruna. Suas folhas são bipartidas, chegando a ter quase trinta centímetros de comprimento. Pode apresentar também florescência na cor amarela, começando a partir do mês de agosto, deixando o ambiente onde está plantada com muito mais beleza.

Apesar de ser muito comum no Brasil, a sua ocorrência original se deu na região onde está localizada atualmente o estado do Rio de Janeiro. Possui frutos de cor bege-claro, achatados, na qual tal fruto mede cerca de três centímetros de comprimento. Um quilo desses frutos podem equivaler a quase três mil sementes.

Usos

Fruto de Sibipiruna

Fruto de Sibipiruna

A madeira proveniente da sibipiruna pode ser utilizada na construção civil, pois é moderadamente pesada, dura e de média durabilidade natural. Por conta disso, pode servir como ripas ou colunas secundárias, pois tem capacidade de suportar grandes esforços em relação ao peso das construções que são realizadas.

Outro caso que a sibipiruna é utilizado diz respeito ao uso da árvore como método rápido de reflorestamento, já que tem um grande poder de germinação, não sendo muito criterioso quando o assunto é solo.

Na Minha Sibipiruna, Ninguém Toca!

Um caso bastante curioso numa relação entre os seres humanos e a natureza é que ela pode criar laços emocionais bastante profundos. É o que a história que será contada a seguir promete. Ela aconteceu na cidade mineira de Uberlândia, e tem relação com a sibipiruna.

Uberlândia

Uberlândia

Há muitos e muitos anos atrás, um homem chamado Oscar plantou em frente à sua residência uma muda da árvore, vendo-a crescer com o passar dos anos. E, quando idoso, ainda admirava a bela sombra que a árvore proporcionava a ele e a todos que passavam sobre ela.

Porém, ele não contava que o mundo estava em pleno progresso e o Brasil, atrasado em relação aos outros países, buscava fazer com que esse atraso fosse superado. O problema é que, “por atraso”, entende-se que é necessário um crescimento rápido a fim de conseguir um avanço econômico mais vantajoso. E, nisso, não se mede escolhas, tampouco as consequências.

A avenida na qual a árvore foi plantada estava asfaltada totalmente com pedras (os famosos paralelepípedos), sendo romântica e ao mesmo tempo perigosa, sobretudo em tempos de chuva. Prevendo que a modernidade implicava no asfaltamento utilizando piche, o prefeito da época ordenou que fosse realizada tal atividade para que a avenida pudesse entrar nos padrões que eram necessários. Isso foi realizado num primeiro momento. Porém, se identificou como um ato falho, já que o asfalto não aderiu bem ao solo por este ser terroso, o que fazia com que o asfalto por piche não criasse uma liga consistente.

Semente de Sibipiruna

Semente de Sibipiruna

Então, vendo esse problema se concretizar, o prefeito da época, Renato de Freitas, decidiu que era hora de cortar o mal pela raiz, literalmente: ele mandou recapear toda a avenida, corrigindo o problema do solo. Só que, ao corrigir o problema do solo, esbarrava em um outro “problema”, isto é: a sibipiruna: se o solo fosse realmente “eliminado” em favor do asfalto, a árvore morreria. Para sanar isto, o prefeito teve a “brilhante” ideia de mandar derrubar a árvore.

Não pense que essa foi a primeira vez que tentaram tirar a sibipiruna de seu lugar: já tinha recebido ameaças anteriores provindas de brocas ameaçadoras. Porém, dessa vez, algo parecia que não teria jeito: no dia marcado para o início das obras (isso era nos idos dos anos 1960), os trabalhadores municipais chegaram munidos de machados para poderem por abaixo a árvore.

Porém, no momento que chegaram para executar o serviço, um senhor se aproximou e exclamou a plenos pulmões: “se tocarem nesta árvore, eu derrubo vocês!”. O senhor estava munido com uma carabina (alguns dizem que ele chegou a atirar para cima como forma de intimidar). O acontecimento parou a pequena Avenida, com vários curiosos querendo saber qual seria o desfecho. O senhor, na verdade, era Oscar, que estava prestes a ver seu sonho, plantado há cinquenta anos, cair por terra.

O acontecimento fez com que repensassem a derrubada da árvore, fato que a fez permanecer lá até os dias de hoje.

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