Flor Fedida do Repolho: Características e Fotos
Não é de hoje que a humanidade conhece o poder que a natureza têm. Nos últimos tempos, com os sucessivos ataques que o meio ambiente vem sofrendo, é nítida que ela está, cada dia mais, dando sinais de que algo não está indo bem: talvez o sinal mais importante dado nos últimos anos seja a pandemia do Coronavírus durante o ano de 2020, que atingiu todo o planeta.
Desde o fim dos anos 1990, o mundo inteiro vem buscando formas de fazer com que as suas ações sejam as menos prejudiciais ao meio ambiente possível. Dessa maneira, diretrizes internacionais de preservação de flores e reservas ambientais ainda disponíveis mundo afora foram criadas com a intenção de frear o crescimento dos danos das atividades humanas, sendo que o principal delas era, sem dúvida, diminuir a emissão de gases que causam o efeito estufa ou, o que é mais conhecido, o aquecimento global. E, felizmente, diversas atividades tomadas nesse sentido começaram, de fato, a ajudar o planeta a sair dessa enrascada.
Porém, ainda falta muito até que a humanidade tome realmente consciência de como as suas ações podem prejudicar a nossa vida por aqui. Diversos retrocessos no que diz respeito à preservação do meio ambiente vêm acontecendo, o que está despertando a atenção mundial para a sustentabilidade cada vez mais.
É fato que muitas pessoas gostam de ter a natureza um pouco mais perto de si, seja por meio dos animais de estimação ou também pelas plantas. Algumas pessoas, inclusive, preferem a criação de plantas comestíveis ao invés das decorativas, já que, além de ornamentar o ambiente, também é uma fonte de uma alimentação saudável.
O meio ambiente é um lugar com diversos tipos de animais e vegetais. Cada um com a sua característica que é fruto dos ecossistemas nos quais se encontram. E, em se tratando das plantas, é bastante comum que existam aquelas que são consideradas muito exóticas, o que é o caso das plantas “cadáveres”. Mas você sabe o que por quê desse nome? Nesse artigo, você vai conhecer um pouco sobre essas plantas, bem como, também, irá saber mais sobre a “flor fedida” do Repolho. Confira:
As Flores Cadáveres
Quando ouvimos pela primeira vez o termo “flor cadáver” pode parecer um tanto assustador, não é verdade? E isso é bastante normal, já que “cadáver” realmente não é um nome muito atrativo. Essas plantas tem esse nome justamente pelo seu cheiro ser uma das principais características que a definem: o cheiro é tão fétido que, na maioria das vezes, se assemelham ao cheiro de carne em decomposição, daí o nome “flor cadáver”. O cheiro muito forte tem uma explicação cabível: esses cheiros atraem moscas e diversos outros insetos que irão conseguir “polinizar” outras plantas a partir do pólen desta. Especialistas explicam que as plantas utilizaram diversas maneiras de atrair a atenção dos chamados “agente polinizadores”. Dessa maneira, vale de tudo: desde o cheiro até as suas cores ou, também, o seu néctar.
Raridade
É uma das plantas mais raras que existem no mundo: estima-se que, em todo o planeta, cerca de 170 variações da flor sejam catalogadas. Além de muito raras, as suas florações também são muito escassas. Para se ter uma ideia, a primeira planta cadáver que floresceu na América Latina que se têm registro foi flagrada no ano de 2010 na cidade mineira de Inhotim. Porém, ela também foi cultivada no quintal de um casal de idosos da cidade também mineira de Três Corações, que não sabia que a planta era muito rara, mas já sabia que a sua principal característica era o odor forte.
O simpático casal conta que a planta cresceu espontaneamente no terreno, sem nenhuma interferência humana. Depois de muitos anos de crescimento, no ano de 2010 ela floresceu pela segunda vez. O cheiro, segundo eles, era terrível: quando o relógio se aproximava do meio dia até as primeiras horas da tarde, a planta emitia um cheiro descomunalmente fétido, o que chamava a atenção de moscas e insetos para perto dela. Eles contam também que, na primeira floração durante uma noite, ao perceber que o cheiro estava insuportável, ele levantou-se e cortou a planta, enterrando-a.
Até que um biólogo resolveu visitar a casa dos idosos em 2010 quando ela apareceu novamente. Ao analisar, constatou que era, de fato, uma planta cadáver. Vale a pena lembrar que isso é tão raro de acontecer que a última vez que o mundo tinha “presenciado” o nascimento de uma flor cadáver tinha sido no mês de julho do mesmo ano, só que, dessa vez, no Japão.
Os idosos da cidade de Três Corações, depois de notarem que a planta era de uma raridade muito especial, decidiram que não iriam cortá-la mais, deixando-a crescer. Naquela época, ela media 1,60 metro de altura, podendo alcançar até mesmo incríveis 4 metros. De acordo com os especialistas, elas florescem apenas quatro vezes durante toda a sua vida, que pode chegar facilmente aos 30 anos.
Embora as plantas cadáveres mais famosas sejam, justamente, as com maior altura e peso, existem também as espécies mais baixas. É aí que se encaixa a “Flor Fedida do Repolho”.
A Flor Fedida do Repolho
Apesar de ser popularmente conhecida por essa alcunha, o nome científico da planta é Symplocarpus foetidus. Diferente das demais plantas, ela tem um crescimento basante baixo, quase sendo considerada uma planta rasteira, nos quais a sua preferência de ambiente são os pântanos e terrenos mais úmidos. A sua espécie pode ser encontrada em diversos pontos do Canadá até alguns estados dos EUA, estando, inclusive, em perigo de extinção no Tennessee. Porém, essa espécie também passou a ser naturalizada em outros locais do mundo, como a Europa e o Japão.
As suas folhas podem apresentar entre 40 a 50 centímetros de comprimento, sendo que suas flores aparecem logo quando a primavera começa, sem esperar, de fato, os efeitos da estação começarem a fazer efeito nas demais plantas. Antes disso, apenas as chamadas “inflorescências” podem ser vistas sob o solo.
A Termogenia
Como podemos bem saber, os lugares onde ela naturalmente consegue surgir são conhecidos por terem invernos bem rigorosos. Porém, uma das características mais fantásticas da planta é ela conseguir, justamente, ser termogênica. Ou seja, ela consegue gerar temperaturas que se localizam na casa dos 15 a 35 graus centígrados e, dessa forma, conseguem “perfurar”o solo congelado para poderem se estabelecer e, claro, não morrer com as temperaturas extremas, conseguindo essa façanha através do que os cientistas conhecem por “respiração celular”. Porém, eles vão ainda mais longe com isso: o objetivo da planta não é somente poder quebrar o gelo, mas também ter calor suficiente para ajudar a difundir o seu odor pelo ambiente, de forma a chamar a atenção dos agentes polinizadores. Levando em consideração que o calor ajuda a propagar o odor, é compreensível entender quando os idosos disseram que o cheiro podre da planta se acentuava muito quando estava próximo ao meio dia até as primeiras horas da tarde, momento em que o sol está ainda mais incidente no horizonte.
Ou seja, é bastante interessante notar o quanto a natureza é criativa quando está determinada a superar alguns desafios. O cheiro das plantas cadáveres realmente não podem ser a melhor coisa que uma pessoa pode sentir. Mas, de qualquer maneira, mostra como a natureza é sábia em todas as suas decisões. É um ciclo tão perfeito mas que o homem teima em tentar modificar e, as vezes, destruir.
E não são somente os biólogos e demais especialistas que são aficcionados por esta planta: todos os anos, diversos locais onde essa floração costuma ocorrer recebe a visitação de muitos turistas e curiosos, que desejam conhecer, de perto, a flor da morte. Se você é uma pessoa muito sensível a cheiros fortes ou “podres” e deseja conhecer muito a planta, é recomendável o uso de máscaras.