Cultura Do Eucalipto

Quando se fala a respeito da cultura do eucalipto é normal que venha a tona a discussão sobre o consumo da água. Acredita-se que existe um largo consumo de água para o cultivo de eucalipto assim como outras espécies que tem rápido crescimento. No entanto, com o passar dos anos está sendo criado um esforço para divulgar que o consumo de água não é diferente daquele feito para outras espécies florestais.

O Consumo de Água

É importante ressaltar que o consumo de água pela vegetação é um fator que depende do clima e também da área total das folhas da floresta que recebe o nome de índice de área foliar. Guarda relação ainda com o processo de fotossíntese, o manejo florestal e ainda a região em que está ocorrendo a produção das espécies.

Eucalipto – A Espécie

Existem algumas pesquisas com eucaliptos que demonstram que as plantações do mesmo podem ser comparadas com a floresta nativa da Mata Atlântica no que diz respeito à evapotranspiração que consiste no conjunto geral de perdas de água que ocorre pela evaporação do ano todo.

Também tem ligação no que diz respeito à forma como é utilizada a água no solo. Tendo como base o ciclo de crescimento do eucalipto para a produção de celulose podemos dizer que a quantidade de água utilizada para a plantação é menor do aquele usada por uma floresta nativa em especial quando esta se encontra no começo do seu ciclo.

Consumo de Água por Formações Florestais

Assim como outras formações florestais o consumo de água por florestas plantadas se torna maior durante a época das chuvas em que o volume hídrico no solo se torna mais elevado de forma que consegue atender a demanda dos mananciais. Porém, nos períodos em que a região fica mais seca a perda de água por meio da evapotranspiração das árvores é bem menor.

Além disso, é interessante observar que a folhagem do eucalipto retém menor quantidade de água das chuvas que as árvores que estão presentes em florestas naturais tropicais que tem copas maiores e assim contam com maior índice de área foliar. Devido a isso nas áreas em que é realizado o plantio de eucalipto uma boa parte do volume das chuvas acaba escoando pelos troncos e chegando aos solos. Em florestas naturais tropicais um volume maior fica preso nas copas e em seguida evapora.

Comparação

Na busca por divulgar que a cultura de eucalipto não consome uma quantidade elevada de água foram realizados estudos em que é feita a comparação entre a cultura florestal dessa espécie e outras espécies florestais. Existe a possibilidade de comparar o consumo hídrico do eucalipto com o do café, por exemplo, em que ambos apresentam um consumo de água durante um ano (ou ciclo) entre 800 e 1.200 mm.

Análise do Consumo de Água

O consumo da água pode ser analisado de duas formas sendo que uma em termos de consumo total anual e a outra em relação a eficiência do uso do total da água em termos de quantidade de madeira/produto que é produzido por unidade de água que se consome na transpiração. Nessa segundo forma de análise o eucalipto leva uma certa vantagem uma vez que utiliza a água disponível com mais eficiência.

Pegada Hídrica na Produção de Papéis

A pegada hídrica é o indicador por meio do qual a água proveniente da chuva se acumula do solo é representada. Observa-se que a pegada hídrica de florestas de eucalipto é equivalente a quase a metade da pegada hídrica das florestas boreais que tem espécies com folhas mais amplas como a bétula.

Vale ressaltar que mesmo que o eucalipto apresente uma taxa de evapotranspiração três vezes maior a sua produção de madeira por hectare é em torno de cinco vezes maior do aquela que é produzida nas florestas boreais. Sendo assim o eucalipto possui uma pegada por m3 colhido menor do aquela de outras formações de florestas usadas para finalidade comercial.

Degradação

Mesmo com os dados obtidos através de pesquisas o debate a respeito do consumo hídrico de culturas de eucalipto ainda persiste uma vez que em algumas regiões ainda podemos observar que existe uma degradação de microbacias e solos que foram ficando mais secos. Contudo, vale dizer que isso pode ser atribuído a inúmeros fatores em diferentes escalas.

Escala Ampla

Numa escala maior e mais geral pode ter relação com as mudanças do clima e nos modelos com mais complexidade é possível ainda ligar ao acúmulo de gases do efeito estufa bem como o gradativo aumento da temperatura que pode ter influência nos recursos hídricos de uma região.

Escala Menor

Numa escala reduzida podemos levar em consideração as condições do clima que tem influência na disponibilidade natural de água para diferentes usos que mudam de região para região. Em regiões em que temos um clima mais árido como no “polígono das secas” a evapotranspiração é maior e no total do ano é menor. Sendo assim fica menos água para reabastecer os aquíferos e o solo.

Contrariamente em regiões em que a evapotranspiração é menor do que a quantidade de chuva por ano existe a possibilidade de que ocorra a vazão dos cursos d’água de maneira que são alimentados o ano todo. Entre esses dois extremos podemos observar uma variação bem grande do balanço de chuvas e perdas pelo processo de evapotranspiração.

Disponibilidade de Água

Dessa forma se mostra essencial descobrir qual é a disponibilidade de água na região em que se pretende cultivar eucaliptos. Todo tipo de alteração no ecossistema natural em especial nas zonas mais secas pode ter como resultado um aumento do consumo de água. É necessário que o zoneamento ecológico econômico considere as variações de disponibilidade natural de água.

Dessa maneira tendo uma visão de uma escala micro é nas propriedades rurais que se encontram ações de manejo florestal e microbacias hidrográficas que precisam se ações de gestão de recursos hídricos de maneira a manter a proteção de áreas críticas para que a sua capacidade de mantenha firme em relação a alterações de degradação.

A cultura da soja com o eucalipto no intuito de cultivar de forma leguminosa e diminuir o custo da plantação começou a ser estudada no início da década de oitenta do século passado. Entretanto, esta preocupação remonta o ano de 1960, quando foi provado que intercalar zonas de plantio entre eucaliptos e milho seria fato crucial para o desenvolvimento da espécie.

Hoje em dia, uma grande discussão sobre esta problemática está no reflorestamento do eucalipto. Produtores precisam compreender que existe mais rentabilidade no desenvolvimento econômico sustentável do que na exploração ilegal de eucaliptos. Somente depois desta compreensão o setor pode evoluir para patamares de nível mundial.

As empresas precisam incentivar técnicas legítimas de exploração do eucalipto e por consequência formar uma cultura sustentável entre todos os seus colaboradores. Vale ressaltar que a ciência atual permite com que sejam idealizadas novas composições modificadas geneticamente, o que de fato acelera o crescimento da espécie de forma considerável.

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