O tomate é uma espécie pertencente à família das solanáceas, da mesma forma que o pimentão, o fumo, a batata, e a berinjela. O tomate é um alimento de grande valor nutricional, com excelente fonte de vitaminas C e A e repleto de sais minerais (fósforo e cálcio), essenciais para a formação dos dentes e dos ossos.
Pesquisadores sugerem que a substância presente no tomate, o licopeno, proporciona inúmeros benefícios contra os tumores de próstata, tal doença chega a afetar quase 50% dos homens depois dos cinquenta anos. Por ser uma das mais consumidas hortaliças do mundo, principalmente como salada e, sendo extremamente sensível ao ataque de doenças e de pragas é fundamental que se cultive de forma orgânica o tomate, ou seja, sem a adição de agroquímicos, garantindo maior saúde aos seus consumidores.
Pesquisas realizadas pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com algo em torno de vinte espécies de hortaliças e frutas no Brasil, observou-se que, das 3.130 porções recolhidas em 2009, 29% mostraram insatisfatórios resultados, ou seja, com restos de agrotóxicos, principalmente, aqueles não autorizados para o cultivo. Dentre estas hortaliças, o tomate acabou recebendo maior agrotóxico, demonstrado em 32% das porções colhidas.
O uso excessivo e incorreto de agrotóxicos colocados no tomateiro demonstra os resultados. Muitos produtores, procurando evitar prejuízos totais ou parciais na lavoura, em razão das várias pragas e doenças e, desfavoráveis condições climáticas, tendem a pulverizar os agrotóxicos até 02 vezes durante a semana e, o pior, não observa o prazo de carência dos produtos (tempo de pausa em dias, entre a pulverização última e a coleta do produto).
Como a colheita do tomate é feita 02 vezes durante a semana, o intervalo ou carência de segurança dos produtos químicos, quase sempre de 7 a 10 dias, não tem sido respeitada. Os benefícios do cultivo orgânico do tomate vai muito além do não uso dos agrotóxicos; estudos revelar que a condição nutritiva dos frutos cultivado organicamente é bem elevada, contendo de 21,1 a 34,3% a mais de vitamina C e A, em comparação ao cultivo tradicional, além de serem mais saborosos e nutritivos, com conservação melhor e, ainda com custo menor de produção.
Recomendações Técnicas Principais
Escolha a análise adequada do solo: evite regiões úmidas de baixada que estejam suscetíveis à neblina e, já plantadas com espécies da própria espécie botânica (batata, fumo, e pimentão) nos últimos tempos.
Épocas de cultivo e plantio: o clima seco, fresco, e de luminosidade alta ajudam na cultura. Temperaturas maiores que 32 ºC e chuvas em excesso danificam a frutificação, com acentuada queda de frutos e flores novos, favorecendo a murchadeira. No Litoral, o mais favorável período para o cultivo vai de julho a agosto; quando inicia setembro há uma maior incidência de doenças e pragas ao final do período da cultura.
Em áreas onde não há geadas, é admissível o plantio ao término do verão e começo do outono desde que as mudas sejam resistentes às doenças e as pragas; neste ciclo, as pulverizações de forma preventiva com calda bordalesa precisam ser feitas de sete em sete dias. Estudos realizados na Epagri indicam ao Litoral: o tipo Santa Cruz, cultivando o Santa Clara; o tipo Cereja, que pertencem às regionais variedades com tamanho redondo ou longo e do tipo Italiano – variedades da região que apresentam tamanho longo.
É recomendado a todas essas espécies, que sejam retiradas as sementes para que sejam usadas para o plantio próximo, de acordo com determinadas orientações.
Produção de mudas: Mudas vigorosas e sadias devem ser produzidas em abrigos com proteção, para garantir o sucesso do cultivo do tomate. O copo de plástico descartável ou o copinho de papel jornal, são os mais indicados na fabricação de mudas de tomate, dede que sejam usados substratos de qualidade boa.
A preparação do solo: Optar pelo cultivo mínimo da terra ou plantio direto. Para fazer o cultivo durante os meses de 07 a 08, no Litoral, o recomendado é a semeadura de aveia, nabo forrageiro e ervilhaca, que são adubos verdes no outono, de forma isolada ou em consórcio e, fazer sulcos ou covas para plantar as mudas. Outra alternativa é usar milho-verde em conjunto com mucuna a partir de dezembro e, abrir covas para plantar as mudas ao fim de março, começo de abril ou até mesmo entre 07/08 em cima da palhada. Pode-se ainda usar como cobertura as plantas espontâneas, fazendo o manejo nas entrelinhas, por meio das roçadas. A cobertura protege o solo mantendo-o mais úmido, e aumenta a quantidade de matéria orgânica, fazendo a reciclagem dos nutrientes.
A Adubação: As plantas com nutrição adequada se mostram mais resistentes às doenças e pragas. Baseando-se na análise do solo e na quantidade de nutrientes contida no adubo orgânico, deve ser recomendada a adubação.
Espaçamento e Plantio: As mudas devem ser transplantadas assim que chegarem ao tamanho de 12 cm de altura e com cinco folhas já definitivas. O espaçamento adequado entre uma muda e outra deve ser de aproximadamente 1,5m entre linhas por 0,5m entre uma planta e outra.
Irrigação: A irrigação em forma de gotejamento é a mais recomendada. O princípio de aspersão não é recomendado para o plantio de tomate, já que rega as folhas e umidifica o ambiente em volta das plantas, beneficiando a requeima.
Cultura: A remoção do capim é feita por meio de faixas, conservando-se limpa a região próxima das fileiras de tomate para que se evite a competição entre as plantas de cobertura e espontâneas. É importante que se deixe uma faixa contendo as plantas de cobertura e, se preciso, removê-las quando necessário como forma de impedir competição por luminosidade e ajudar na pulverização das folhas mais baixas do tomateiro.
O ideial é o tutoramento vertical e, respeitando o sentido norte-sul permitindo assim mais sol nas mudas. Não é recomendado o tutoramento em V tradicional, já que é formada uma úmida câmara que aumenta a probabilidade de fungos e ainda torna ineficientes os tratamentos fitossanitários, por não chegarem à parte de dentro das plantas. Assim que a planta começar a se desenvolver, é necessário amarrá-la e fazer a desbrota semanalmente, evitando o estrangulamento e o ferimento do caule.
Colheita: A mesma deve ser feita quando os frutos estiverem rosados ou amarelados. Para a revenda em mercados próximos, pode-se colher mais maduros, desde que estejam firmes.
O tomate é uma das plantas mais procuradas entre aqueles que querem ter hortas domésticas. No entanto, o cultivo conta com uma série de desafios. Veja aqui algumas dicas importantes para que seu tomateiro dê bons frutos.
- O solo deve ser adubado uma semana antes do transplante das mudas.
- Caso você pretenda cultivar tomates orgânicos, não adicione o adubo granulado.
- Os tomateiros devem ser estaqueados ao atingirem 35 centímetro, com bambus ou sáfaros em x.
- Após o plantio, faça 4 adubações de cobertura.
- Não plante o tomateiro próximo – ou em canteiros aonde houve prévio plantio – de berinjela ou pimentão, pois estes são familiares do tomateiro e compartilham as mesmas pragas e doenças.
- O tomateiro combina com a sálvia e o hortelã, podendo serem plantados em conjunto.
- O suco de folhas de alamanda e óleo de nem é uma boa forma de combater as pragas sem utilizar pesticidas.
- Colha os tomates antes de estarem maduros, pois o amadurecimento prossegue mesmo na geladeira.