Árvores de copaíba são ramificadas e crescem a partir de 15-30m de altura. Elas produzem muitas flores pequenas, brancas em panículas longas e frutos pequenos, com 2-4 sementes dentro. Existem 35 espécies encontradas em principal na América do Sul (especialmente no Brasil, Argentina, Bolívia, Guiana, Colômbia, Peru e Venezuela).
Várias espécies diferentes são utilizadas como remédios tradicionais alternadamente: C. langsdorffii está encontrada nos cerrados do Brasil Central; C. reticulata é indígena da região amazônica e C. officinalis ocorre na América do Sul, incluindo a Amazônia. Todas as três variedades são usados alternadamente.
A parte da árvore que empregada na medicina é a oleorresina, que se acumula em cavidades no interior do tronco. É colhida tocando os furos na madeira do tronco e coletando a resina que escorre para fora. Uma árvore copaíba única pode fornecer cerca de quarenta litros por ano, tornando-se recurso de floresta sustentável, que pode ser colhida sem destruir a árvore ou a ecologia ao redor.
A resina oleosa inicial é clara, fina e incolor, engrossa e escurece ao entrar em contato com o ar. Resinas vendidas no comércio são os líquidos espessos e claros, com cor que varia do amarelo-pálido ao dourado marrom claro. A variedade reunida na Venezuela se diz ser mais espessa de cor escura. Embora seja designada com frequência como bálsamo ou óleo, está na classe das oleorresinas.
Uso Herval da Árvore Copaíba
No Rio Solimões, noroeste da Amazônia, a resina de copaíba é usada por tribos indígenas como curadora de feridas para parar o sangramento na pele e tratar a gonorreia. Curandeiros usam a resina de copaíba amazônica para todos os tipos de dor, doenças de pele, picadas de insetos e à inflamação legal.
Em sistemas brasileiros a fitoterapia à resina é utilizada como antisséptico e expectorante forte para o trato respiratório (incluindo bronquite e sinusite), anti-inflamatório ao aparelho urinário (por cistite, da bexiga e infecções renais) e como agente anti-inflamatório tópico para todos os tipos de problemas de pele.
Resina de copaíba é vendida em cápsulas de gel em lojas e farmácias no Brasil e recomendada para todos os tipos de inflamações internas, úlceras de estômago e câncer. Na medicina tradicional peruana, três ou quatro gotas de resina são misturadas com colher de mel e tomadas como remédio natural à garganta dolorida.
Também utilizada em sistemas peruanos à fitoterapia para reduzir a inflamação, aumento da micção, tratamento de incontinência, problemas urinários, úlceras estomacais, sífilis, tétano, bronquite, catarro, herpes, tuberculose, pleurisia e hemorragias.
Resina de copaíba foi registrada pela primeira vez na medicina europeia em 1625 (trazido do Novo Mundo pelos jesuítas) e têm sido utilizadas no tratamento de cistite crônica, bronquite, diarreia crônica e preparação tópica para hemorroidas.
Nos Estados Unidos foi uma droga comum entre 1820-1910. Mark Plotkin relata que o óleo de copaíba usado como diurético; laxante e estimulante, além do uso em cosméticos e sabonetes. Enciclopédias norte-americanas dizem que pode ser interessante para curar diuréticos, antibacterianos, anti-inflamatórios, expectorantes, desinfetantes e atividades estimulantes.
Produtos Químicos da Planta
A resina contém até 15% de óleo volátil e os restantes materiais são resinas e ácidos. As propriedades biológicas dos ativos de resina de copaíba atribuídos a grupo de fitoquímicos chamados sesquiterpenos (mais de 50% da resina pode ser de sesquiterpenos), diterpenos, e ácidos terpênicos.
Atividades Biológicas e Pesquisa Clínica
Grande parte da pesquisa verifica os usos tradicionais de copaíba. Em 2002, pesquisadores do Brasil confirmaram que era altamente eficaz como curadora de feridas tópicas em estudos com animais. Em termos gerais a pesquisa clínica valida à resina os anti-inflamatórios contra a inflamação induzida por vários laboratórios em outros estudos com animais.
Os efeitos anti-inflamatórios estão relacionados com produtos químicos em óleo de copaíba, que os cientistas notaram que podem variar de maneira significativa, não apenas entre diferentes espécies de árvores de copaíba, mas também dentro da mesma espécie, mesmo entre árvores individuais.
O conteúdo do sesquiterpeno pode variar entre 30-90%. Isto pode explicar os resultados obtidos por outros pesquisadores brasileiros que testaram oito diferentes amostras comerciais de óleo de copaíba e apenas três delas demonstraram significativos efeitos anti-inflamatórios.
Destes sesquiterpenos, cariofileno é o mais bem estudado, demonstrando propriedades analgésicas e antifúngicas contra fungos nas unhas, bem como propriedades anti-inflamatórias.
Os efeitos de gastro-cariofileno documentados em 1996 também ajudam a justificar outro uso tradicional de óleo de copaíba como remédio natural para úlceras de estômago. Neste estudo animal o cariofileno tem evidências significativas aos efeitos anti-inflamatórios sem qualquer dano ao revestimento do estômago Dois anos mais tarde, outro grupo de brasileiros informou o poder da resina de copaíba natural para ratos.
Usos tradicionais copaíba como antisséptico para dor de garganta, vias aéreas superiores e infecções do trato urinário podem ser explicados em parte por propriedades antibacterianas da resina documentadas nos anos de 1960 e 1970. Os investigadores confirmaram que a resina como um todo demonstra significativo poder contra bactérias gram-positivas.
Outra área de pesquisa recente sobre resina de copaíba tem incidido sobre as propriedades anticancerígenas e antitumorais. Pesquisadores em Tóquio isolaram seis produtos químicos na oleorresina de copaíba em 1994 e testaram contra carcinomas em ratos para determinar a atividade antitumoral. Um composto particular, chamado kolavenol, foi duas vezes mais eficaz no aumento do tempo de vida em ratinhos com carcinomas (98%).
A resina natural também aumenta a longevidade em 82%. Em 2002, equipe espanhola de pesquisadores que documentaram efeitos antimicrobianos de copaíba também testados para efeitos antitumorais. Estes cientistas relataram que outro fitoquímico na resina é eficaz contra o carcinoma de pulmão humano e carcinoma do cólon humano.
Pesquisadores brasileiros relataram em 2002 que um dos produtos químicos ativos da copaíba, ácido canrenoico também inibiu o crescimento de células humanas de leucemia em 95% e 45% nas células do câncer de mama.
Em todos os sistemas à base de plantas da medicina a resina de copaíba é tomada por completo apenas em dose pequenas, normalmente, apenas 5-15 gotas entre 1-3 vezes por dia. Caso consumida nas grandes doses pode causar náuseas, vômitos, febres e erupção na pele, semelhante ao sarampo. Um dermatologista francês relatado que estes efeitos secundários podem também ocorrer com a absorção da resina de copaíba através da pele em indivíduos sensíveis.
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier