A planta conhecida popularmente como Aguapé tem como nome científico Eichhornia crassipes. Também pode ser conhecida popularmente pelos nomes de Camalote, Murumuru, Pareci, Rainha-dos-Lagos e Jacinto d’água. Pertence a família Pontederiaceae e pode ser classificada como uma planta aquática ou uma planta afluente.
Os climas que ela prefere são o subtropical, o tropical e o equatorial. A origem dessa planta é a América do Norte, América Central e América do Sul. Pode atingir alturas de 0.1 a 0.3 metros e precisa de uma luminosidade de sol pleno, o seu ciclo de vida é o perene.
Descrição Do Aguapé – Eichhornia Crassipes
Trata-se de uma planta aquática e flutuante que tem características bastante ornamentais. Porém, quando existe numa superpopulação pode se transformar num grande problema para os lagos. As folhas dessa planta são grandes, redondas e brilhantes.
O Aguapé se multiplica de forma bem rápida e a sua inflorescência conta com lindas flores azuis arroxeadas que são bem parecidas com as do Jacinto, o que lhe rendeu o nome de Jacinto d’água.
O Cultivo Do Aguapé
Quando utilizada no paisagismo essa planta serve para povoar lagos e espelhos d’água o que favorece a vida aquática principalmente as dos peixes. O Aguapé deve ser cultivado a sol pleno e na água com o pH corrido e que seja naturalmente fértil. Vale destacar que não é necessário enterrar uma vez que essa planta é flutuante.
O cultivo dessa planta deve ser feito sem o uso de fertilizantes do tipo NPK ou mesmo outros agroquímicos, pois estes podem acabar envenenando os peixes e assim causar uma explosão demográfica do Aguapé.
A adubação dessa planta já é feita de forma efetiva através do ciclo natural dos peixes que vivem no lago. Trata-se de uma planta que se multiplica por divisão e não é tolerando a geadas.
Atenção
Não se deve introduzir essa planta em reservas, lagos ou rios naturais, pois ela se espalha com uma grande facilidade e pode acabar se tornando uma planta invasiva e bem difícil de controlar.
O Aguapé e a Biomassa
Nos últimos tempos uma das grandes preocupações de todos os países é encontrar formas de aproveitar a biomassa. Existem algumas fontes de biomassa e uma das que mais tem chamado a atenção nos últimos tempos é a planta aquática Aguapé. Isso acontece porque essa planta cresce a uma velocidade impressionante.
Para se ter uma ideia o aguapé (Eichhornia crassipes) tem uma grande capacidade produtiva podendo chegar a 360 a 480 t/ha/ano (toneladas / hectares / ano). Esse crescimento colocou o Aguapé no topo da lista das principais pragas aquáticas que causa grandes problemas em reservatórios, rios, usinas hidrelétricas e também em reservatórios.
O que torna o Aguapé de tão fácil multiplicação é a sua capacidade de incorporar a seus tecidos grandes quantidades de nutrientes. Sendo assim o vilão também pode ser mocinho ajudando na despoluição das águas. É nesse processo de despoluição que o Aguapé produz quantidades elevadas de biomassa.
A Produção De Biomassa e a Concentração Proteica Do Aguapé
O custo de produção do Aguapé se torna nulo uma vez que essa planta se multiplica rapidamente e sozinha e ainda produz uma grande quantidade de biomassa durante o processo de despoluição da água. Ainda há que se destacar a boa composição química dessas plantas que podem ser usados para fazer diversos tipos de concentrados proteicos de folhas.
Outro fator bem positivo em relação ao Aguapé é a sua grande concentração de proteínas. Fazendo uma análise mais detalhada das proteínas que estão presentes nas folhas do Aguapé chegou-se a conclusão de que essas proteínas poderiam ser úteis na alimentação do ser humano.
Para se ter uma ideia verificações permitiram descobrir que os aminoácidos essenciais que estão presentes nas folhas do Aguapé tem uma composição comparável à da farinha de soja e podem ser utilizadas para produzir um tipo de concentrado proteico.
Manteiga De Murumuru (Aguapé)
A planta conhecida como Aguapé também é chamada de Murumuru e se tornou uma das grandes sensações da indústria de cosméticos quando o assunto é cuidar dos cabelos. Como já destacamos se trata de uma planta com grande concentração de proteínas e que por isso mesmo pode ser essencial para tratar os cabelos.
O Que a Manteiga De Murumuru?
O fruto brasileiro murumuru é brasileiro e cultivado em grande quantidade na Amazônia. Trata-se de um tipo de coco que quando fica maduro adquire uma cor avermelhada. Da semente desse fruto é feita a extração do óleo que se transforma num tipo de manteiga nutritiva que possui efeitos hidratantes e emolientes.
Essa manteiga já foi bastante utilizada em produtos cosméticos corporais como hidratantes, sabonetes e até mesmo batons, mas há algum tempo se tornou o queridinho dos cabelos. O motivo dessa manteiga fazer tanto sucesso é que ela possui um grande poder de nutrição que ajuda a domar os fios mais rebeldes evitando assim o frizz.
A manteiga de murumuru não é vendida pura, somente na forma de produtos cosméticos. Porém, já podemos observar uma invasão desses produtos às prateleiras de cosméticos de farmácias e supermercados.
Os Novos Produtos Para Os Cabelos
O que motivou em parte o sucesso da manteiga de murumuru foi que grande parte das mulheres desejavam ter mais controle sobre os seus cabelos. Essa manteiga proporciona uma hidratação profunda devido ao seu grande concentrado de nutrientes e assim ajuda a domar e evitar o frizz.
Já é possível encontrar produtos como shampoos, condicionadores e cremes de pentear com o óleo de murumuru. Em geral esse óleo ajuda a criar uma ideia de movimento e volume mais naturais contribuindo para a redução do volume das madeixas. Produtos que tem conquistado o mercado e cujo óleo já é cotado como o novo óleo de argan (conhecido como o ouro de Marrocos).
Conclusões Sobre o Aguapé
Podemos observar que o aguapé ou murumuru é uma planta que pode representar um bom lucro, mas também pode ser o motivo de grandes prejuízos. Tudo depende de saber cultivá-la com sabedoria e aproveitando as suas qualidades da melhor forma possível. Uma planta bastante curiosa e interessante que pode ser útil de várias maneiras.
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