O Brasil tem um grande destaque na economia internacional agropecuária devido ao fato de que o gado brasileiro tem seu desenvolvimento feito em sua maior parte com pastagens, sendo conduzido solto pelos grandes pastos da região sul e centro-oeste, principalmente.
Apesar de serem poucos países que podem utilizar suas grandes áreas para o desenvolvimento de gado, essa é considerada uma das melhores opções para a criação de animais, devido ao fato de que eles são naturalmente exercitados, não ficam todo o tempo em confinamento e possuem uma alimentação que não tem como única base a ração, que pode ser uma forma de transmissão de doenças, dependendo do seu preparo. Uma das doenças mais conhecidas que provém e se difunde a partir de componentes presentes na ração é a doença da vaca louca ou encefalopatia espongiforme bovina, que pode também ser transmitida ao homem, e tem como agente uma forma especial de proteína chamada príon, presente na ração.
Assim, apesar dos pastos serem uma forma segura de criação quando abundantes em um país, ele ainda precisa de atenção e cuidados, pois uma área utilizada constantemente para a alimentação animal pode se desgastar muito rapidamente, se tornando árida. Além disso, o pasto costuma ser uma área de mineralização deficiente, o que pode ser corrigido com adubação própria.
Nas áreas de pastagens do Mato Grosso do Sul, por exemplo, já há grande necessidade de recuperação por meio de correção do solo e adubação, uma vez que, dos 16 milhões de hectares de pastagens cultivados, 60% a 70% apresentam algum grau de degradação com redução da produção e 30% a 40% já estão em processo avançado de degradação, sendo que esse quadro só poderá ser revertido em um prazo médio de 10 anos.
Recuperar pastagens envolve um custo elevado, cerca de 150 reais por hectare, partindo da aplicação de calcário e adubo formulado, além do processo de descompactação do solo. Uma recuperação completa implicaria custos de cerca de 350 reais por hectare, com aplicação de calcário, superfósforo simples, adubo formulado e um preparo completo do solo para a incorporação de corretivos e fertilizantes, além de um trabalho de conservação do solo, como terraceamento.
Muitos produtores agropecuários têm como costume a migração de seus rebanhos, levando-os de uma pastagem a outra, quando a primeira já não atende mais às suas necessidades. Essa prática é milenar e hoje pouco utilizada devido a distribuição de propriedades com áreas pastoris e uma preocupação maior com as perdas do rebanho no processo migratório, ou mesmo com a recuperação do solo, o que aumenta a necessidade da adubação.
É recomendado que, para ser feita a adubação e o processo de recuperação do solo, se comece a partir de 10% a 20% da área total disponível, dessa forma a propriedade não ficará improdutiva durante esse período.