O Jardim Botânico é um dos espaços mais antigos da cidade do Rio de Janeiro. A área foi muito disputada no século XVI entre Rodrigo de Freitas, André Mendes Leão e Sebastião Varela. Porém, o mais famoso dono que o terreno “estendido” teve nessa época foi Rodrigo de Freitas. No ano de 1620 ele passou a ser dono da área que começa no que atualmente é o Humaitá chegando até o que atualmente é o Leblon. Incluindo nessas terras, toda a área que hoje é a Lagoa, que recebe o seu nome, Lagoa Rodrigo de Freitas.
Porém, tudo mudou quando D. João chegou de Portugal, desapropriando as terras, que nesta época, estavam nas mãos de descendentes de Rodrigo de Freitas. Sendo assim, a coroa passou a ser dona de uma grande área de terra, calcula-se 1,4 milhões de metros quadrados. E nela, a primeira construção foi destinada para criação do Jardim de Aclimação, na data de 13 de junho de 1808.
O Jardim de Aclimação foi criado para receber plantas que chegavam do Oriente, como o cravo da índia, a cânfora, a jaqueira e a nogueira. No dia 11 de outubro, daquele mesmo ano, 1808, o Jardim da Aclimação passou a chamar-se Real Horto Botânico.
Do Real Horto Botânico Para o Jardim Botânico
E foi no Real Horto Botânico que foi plantada a primeira palmeira imperial, que veio do Caribe a pedido do D. João. O chamego com a palmeira era tão especial, que os escravos recebiam ordens de acabar com as sementes que sobrassem do cultivo para que as palmeiras fossem encontradas exclusivamente dentro do Real Horto Botânico. Porém, as ordens de D. João não eram acatadas e muitos escravos vendiam parte das sementes excedentes. E os compradores, obviamente, começaram a plantá-las em outras áreas.
A primeira palmeira do Real Horto Botânico morreu aos 163 anos de idade no ano de 1972 quando foi atingida por um raio.
O Real Horto Botânico passou a ser o Real Jardim Botânico e com isso abriu as portas para o público com a declaração da Independência do Brasil.
Nesta época as plantas que foram cultivadas no espaço e outras que foram incorporadas foram catalogadas pelo frade carmelita, que era o diretor do espaço, Leandro do Sacramento.
O Jardim Botânico de Ontem e de Hoje
De quando foi criado para quando foi aberto ao público e passou a ser chamado de Real Jardim Botânico, a área que compreendia o espaço ocupava os dois lados da rua que se chama até hoje Jardim Botânico.
A mudança na dimensão, aconteceu entre os anos de 1920 e 1922 no governo do então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Sampaio. Parte do trecho do Jardim Botânico que ficava próximo à lagoa foi desapropriado pelo prefeito e no lugar, foi construído o Jockey Clube, exatamente no lugar onde está nos dias atuais. O projeto de construção do Jockey é do ano de 1924 de Archimedes Memória.
Visita ao Jardim Botânico
Nos dias atuais, o Jardim Botânico é uma das principais atrações turísticas da cidade do Rio de Janeiro. A visita é feita mediante pagamento (verificar preço no site). O visitante também tem a opção de escolher uma visita guiada, disponível em outros idiomas além do português.
Entre os lugares que merecem destaque durante uma visita, estão: Aleia Barbosa Rodrigues, o Chafariz Central, a Casa dos Pilões, o Caminha da Mata Atlântica, o Lago Frei Leandro, a Parte do Jardim Sensorial, a Mesa de granito no cômoro, o Lago Amazônico e Parte do Arboreto.
Um Pouco Sobre Cada Uma das Principais Atrações
1- Aleia Barbosa Rodrigues: é o principal jardim do espaço e é ladeado pelas famosas palmeiras imperiais. Lembrando que a primeira muda da palmeira veio por ordem de D. João no ano de 1809.
Vale também observar a Aleia Custódio Serrão onde podemos admirar uma das árvores que atingem o maior tamanho do mundo, a sumaúma. Além do abricó de macaco, que é uma planta originária da Amazônia.
Outra parada obrigatória é no Aleia Pedro Gordilho para conferir as árvores de pau-brasil e as belas cascatas.
2- Chafariz Central é outra atração imperdível. A construção com duas bacias foi feita na Inglaterra e podemos observar quatro figuras naquela maior, que são: a representação da ciência, da arte, da poesia e da música. Esse chafariz pertenceu a Lapa e só em 1905 foi levado para o Jardim Botânico.
3- No Solar da Imperatriz pode-se observar uma parte que era usada como senzala para os negros que trabalhavam na propriedade.
4- Outra atração que não pode passar em branco é a Casa dos Pilões, onde podemos observar uma antiga fábrica de pólvora.
5- No Aqueduto da Levada, que foi levantado em 1853, podemos reviver o que era usado para levar água até a área naquela época. Em 2005, ele foi completamente restaurado e passou a fazer parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
6- Veja também o Caminho da Mata Atlântica ele começa na catarata e termina no Aqueduto da Levada, um percurso de cerca de 600 metros.
7- O Lago Frei Leandro merece destaque pela presença de vitórias-régias e ainda no seu entorno a presença de árvores do viajante completam a beleza do local.
8- Orquidário e Bromeliário
O primeiro, o orquidário possui uma bela estufa reestruturada na década de 1930 e hoje abriga mais de 700 tipos de orquídeas. O segundo, o bromeliário possui bem mais de mil espécies de bromélias vindas tanto da América do Sul quando da América Central.
9- O Jardim Sensorial é outra parte do Jardim Botânico que merece um olhar especial. Nele as plantas podem ser tocadas por que está visitando o espaço, além de sentir o perfume das plantas. É um cantinho especial para pessoas que não podem enxergar, mas encontram as informações em placas com textos em braille.
10- A atração Jardim Japonês também merece destaque entre todas as que podem ser observadas em um passeio no Jardim Botânico. Essa área foi criada no ano de 1935 e atualmente reúne mais de 65 espécies que foram doadas vindas diretamente do Japão.
O jardim ficou um tempo fechado e foi reaberto no ano de 1995. O visitante pode observar vários bonsais, além de cerejeiras e bambus. Além disso, o jardim possui um lago que tem flores de lótus e carpas.
