As flores, desde tempos remotos, simbolizam o amor, a delicadeza, a ternura, a amizade, enfim, despertam em nós vários sentimentos afetuosos. Nos jardins, o paisagismo faz uso constante das milhares de espécies existentes no planeta para criarem ambientes agradáveis, perfumados e em harmonia com a vida. Afinal, não é lindo admirar um jardim florido? Entretanto, raramente pensamos na função mais importante da flor para a planta: ela é seu órgão reprodutor.
As flores, em verdade, são ramos modificados cuja finalidade é propiciar a reprodução da planta. Para tanto, todas as flores apresentam uma estrutura mínima, com algumas variações, dependendo da espécie, que são quatro conjuntos especializados de folhas dispostas à volta de um raminho curto chamado pelos botânicos de receptáculo floral.
As folhas verdes que “seguram” as pétalas, geralmente na parte externa e baixa das flores que lembram o formato de um cálice, são chamadas de sépalas. E o conjunto das pétalas forma a corola. Tanto as sépalas quanto as pétalas ainda não fazem parte dos elementos reprodutivos. São, portanto, folhas estéreis tendo como primordial função a proteção do botão floral, além de atrair animais para a polinização.
Outra parte importante da flor é o chamado androceu, terceiro conjunto de folhas especializadas, que é a parte masculina da flor. É constituída pelos estames, pelas folhas férteis, responsáveis pela formação de microsporângios em cujo interior formam-se os grãos de pólen.
Logicamente, as flores também possuem sua parte feminina, localizada na parte mais interna, chamada de gineceu. O gineceu é formado por pistilos (folhas carpelares). Estas folhas criam uma estrutura, que é chamada de megasporângio. Os megasporângios dobram-se sobre si mesmos e formam uma espécie de vaso. No interior deste “vaso” abriga-se o óvulo da flor.
O vaso, ou ovário da flor, tem um tubo chamado estilete. O vértice do estilete é dilatado e forma o estigma, espécie de bolsa que secreta substâncias pegajosas nas quais os grãos de pólen grudam. Nesse momento inicia-se o desenvolvimento do tubo polínico. Os sacos polínicos produzidos na antera se abrem e seus grãos de pólen são liberados. Tudo dentro do “miolo” da flor. Nesse momento, a célula divide-se formando os gametas masculinos.
Ao cair sobre o estigma – abertura superior do pistilo por onde entra o pólen – de uma flor de sua espécie, o grão germina. Germinado, desenvolve-se o zigoto que dá origem ao embrião. Na sequência, nasce a semente que absorve todas as substâncias nutritivas advindas da planta-mãe e passa a armazená-las para que o embrião seja nutrido.
Agentes Polinizadores
A enorme variedade de cores e perfumes das flores tem como um único objetivo o de atrair agentes polinizadores. Dessa forma, sabiamente a natureza garante a perpetuação da espécie através do processo da polinização.
São agentes polinizadores quaisquer elementos que facilitem a transferência do pólen de uma flor para a outra. Na natureza, temos vários agentes polinizadores como, por exemplo, o vento, a água, as borboletas, as abelhas, as aves e etc.
Para os animais, chamados de agentes polinizadores bióticos, as flores oferecem como atrativos especiais seu pólen, e seu néctar, muito utilizados na alimentação e/ou reprodução desses animais.
Disseminação de Sementes
A primeira condição para que se desenvolva uma nova planta é que suas sementes sejam espalhadas pelo solo. Esse é o processo de disseminação. Em sua maioria, o vento é o encarregado pelo processo. Porém, em outras ocasiões, são os animais que as transportam de um lugar para o outro, espalhando, assim, as sementes que irão se disseminar por longa área.
Nesse caso, ou as sementes ficam grudadas em seu pelo, ou ocorre a ingestão do fruto ou folhas pelos animais e sua posterior liberação através das fezes. É possível também a autodisseminação, que ocorre quando a própria planta espalha suas sementes. Mais raro, esse processo pode ser observado com a mamoneira que estoura, arremessando suas sementes a longas distâncias.
Partes da Flor
Considerando-se a flor como um ramo determinado de crescimento que está localizado na porção terminal do caule, podemos chamá-la de ramo caulinar ou axilar. Durante sua evolução o vegetal apresenta um conjunto de folhas, nós e entrenós que foram se modificando profundamente, dando origem ao que conhecemos hoje como “flor”.
Uma flor completa, levando em conta a diversidade biológica entre elas, apresentará sempre as estruturas abaixo ilustradas:
– Pétala: Unidade da corola.
– Sépala: Unidade do cálice.
– Perianto: Formado pelo cálice e a corola, auxiliam no processo reprodutivo.
– Receptáculo: Porção dilatada do extremo do pedúnculo, onde se inserem os verticilos florais.
Os responsáveis pela produção do néctar – nectários – serão formados, geralmente, no receptáculo da flor, podendo também ser formados em outras de suas partes.
– Pedúnculo: Está posicionado abaixo do receptáculo e é o eixo de sustentação da flor.
– Estigma: É a área receptiva do pistilo das flores, onde o grão de pólen inicia a germinação do tubo polínico. Pode estar posicionado no ápice do pistilo, ou lateralmente. É a parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior; possui um líquido pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.
– Antera: É a parte final do estame nas flores. Formam uma espécie de “saco” que é revestido internamente por um tecido esporogênico. É aqui que são produzidos os grãos do pólen. Essa estrutura floral é dividida em um ou dois compartimentos onde o pólen é armazenado.
A antera “protege” o pólen até seu amadurecimento completo. Ocorrido o processo, a antera se abre para que seja liberado o grão já maduro. Observem que esta abertura poderá ocorrer de três maneiras:
*Abertura rimosa: Sendo a abertura mais comum, a antera simplesmente sofre uma abertura no sentido longitudinal.
*Abertura poricida: Neste caso, a antera se abre em poros, comumente no ápice.
*Abertura valvar: Aqui, ocorre uma forma muito rara de deiscência da antera, que resulta no destaque parcial de certos pedaços da superfície da estrutura, fazendo com que ela se abra como uma válvula.
Assista ao vídeo e veja toda a beleza das flores desabrochando-se, em tempo acelerado. Dá para perceber as partes da flor, tema de nosso texto, além de nos encantarmos com seus movimentos desde o botão até a flor.
http://www.youtube.com/watch?v=_pc3W4fsJc8&feature=player_detailpage
Salada de Flores
Já se imaginou comendo flores? Provavelmente você já as comeu, embora não se tenha dado conta disso… Algumas deliciosas flores que vão à mesa e fazem muito bem à saúde são: brócolis, couve-flor, alcachofra, entre outras.
Temos muitas outras flores ainda que também pode fazer parte da nossa alimentação, sendo consumidas em sopas, chás, saladas, biscoitos, além de bolos, balas e outras sobremesas.
Eis mais alguns exemplos: flor de acácia, de abóbora, de açafrão, a calêndula, o amor-perfeito, a violeta, o crisântemo, os hibiscos, as pétalas de rosas, a flor de cebolinha, o dente-de-leão, a petúnia, os cravos, e muito mais! Claro, devemos sempre lembrar de que a higienização é fator importante e deve ser efetuada cuidadosamente.
É importante ressaltar, ainda, que as flores comestíveis são tratadas diferentemente das flores decorativas. Devendo ser, obrigatoriamente, orgânicas, ou seja, sem nenhuma incidência de agrotóxicos ou processos químicos, já que retêm muito mais o veneno em suas folhas. Caso tenha dúvida relativamente à procedência da flor, é melhor não a utilizar em sua alimentação.
nao tem nada que eu quero mais adorei tudo