A criatividade é essencial em qualquer tipo de composição artística e claro que no paisagismo isso não é diferente. Sendo assim antes de conhecer os princípios da composição da paisagem é fundamental compreender que esse trabalho se trata muito mais de alma do que de técnica.
Porém, é claro que usar conceitos de harmonia e equilíbrio ao seu favor ajuda e muito a obter melhores resultados estéticos. Pensando nisso elaboramos uma conceituação dos princípios básicos de composição, leia abaixo.
Princípios De Composição Da Paisagem
Emoção
O jardim é uma obra de arte e o paisagista deve pensar dessa forma quando estiver pensando na composição do espaço. Sendo assim o jardim deve transmitir emoção para aquele que o observa. Um jardim somente será expressivo dessa forma se os elementos básicos que o compõem, como sons, texturas, formas, linhas, cores entre outros também propiciarem essa conexão emotiva.
O que estamos tentando dizer é que o bom paisagista coloca empenho e amor no seu trabalho para que o jardim resultante seja um lugar em que as pessoas se sintam felizes e de bem com consigo mesmas.
Emoção
Conceito De Unidade
Dois conceitos são fundamentais para um jardim, a unidade e a variedade. A unidade consiste em sentir que todos os elementos que estão nele fazem parte de um conjunto harmônico. Trata-se de uma sensação de que nada está lá por acaso ou somente porque tem uma forma ou uma cor interessantes.
Os elementos não podem discordar ou brigar entre si. Para se chegar a unidade é necessário que haja concordância entre os elementos como espaços, volumes, formas, cores, linhas entre outros. Todos os elementos somados devem dar um resultado de harmonia.
Proporção
Já percebeu que quando você entra num determinado ambiente em que os elementos formadores estão desalinhados ou são desproporcionais entre si tende a se sentir incomodado? O ser humano busca a harmonia em tudo o que observa, dessa forma para que o jardim seja realmente agradável é essencial que todos os elementos tenham alguma relação tanto nas suas formas como nas suas proporções.
Fique atento em relação aos tamanhos dos elementos componentes do seu jardim, pois o desalinho ou a desproporção entre eles podem causar muitos incômodos visuais. Para que se tenha prazer na observar de um espaço é necessário que haja harmonia e equilíbrio.
Ritmo
Podemos definir o ritmo como sendo a disposição inteligente dos elementos, ou seja, dispô-los de tal forma que haja algum tipo de repetição. Essa repetição pode se dar pelas formas, pela proporção ou mesmo pela criação de movimentos de linhas contínuas.
Assim como citamos nos conceitos de unidade e proporção o importante aqui é manter um equilíbrio. Através da repetição de algum elemento de espaço em espaço você consegue criar um ritmo harmônico e um ciclo para a visão.
Equilíbrio
Uma palavra chave para a concepção de uma paisagem e um dos princípios básicos de composição de um espaço. O equilíbrio pode ser explicado como um encontro de forças que são opostas, mas que se compensam e assim se destroem mantendo a harmonia. Todo projeto paisagístico precisa de equilíbrio para que haja uma sensação de estabilidade.
Quando existe algum tipo de desequilíbrio no ambiente, mesmo que não saibamos exatamente em que ponto, é natural que nos sintamos sem estabilidade. O campo visual precisa ser harmônico para o ser humano o reconheça como um ambiente seguro e agradável. O equilíbrio pode ser classificado como simétrico ou estático ou como assimétrico ou dinâmico.
Centro De Interesse
O chamado centro de interesse deve existir no seu projeto paisagístico, pois é essencial que haja um ponto em que a atenção do espectador seja captada. Quando não existe esse elemento de destaque a paisagem torna-se sem graça para o observador não despertando o seu real interesse.
O componente para ser um centro de interesse deve ter peso visual e de conceito, ou seja, um ponto focal. Trata-se do ponto para o qual se deseja atrair o olhar daquele que observa. Porém, é importante que o paisagista acrescente apenas um centro de interesse no seu projeto, pois quando existe mais de uma peça relevante ao olhar pode haver confusão de para onde se deve olhar.
Além do ponto focal principal é possível ter outras peças que chamam a atenção em pequenos espaços do jardim, mas isso deve ser planejado de forma que não atrapalhe a visão global do todo e nem “roube” a cena do principal centro de interesse. Tenha um bom planejamento.
Contraste e Analogia
O contraste é essencial para despertar o interesse do observador, paisagens sem muito contraste costumam parecer monótonas numa primeira vista. Porém, é importante entender que contraste não é o mesmo que discordância.
Basicamente o contraste acontece quando existe a utilização de objetos que possuem características opostas como textura, cor, forma, tonalidade, mas que não “brigam” entre si. Outro conceito importante para atribuir ao seu jardim é o da analogia, que consiste em utilizar peças com características próximas. Por exemplo, usar elementos que pertençam a uma mesma cartela de cores ou que tenham uma mesma textura.
Dominância
O conceito de dominância ajuda a evitar que o seu jardim caia naquela mesmice visual. Basicamente esse conceito diz que é necessário que haja um elemento que se destaque de forma principal na paisagem. Isso quer dizer que um elemento deverá dominar o espaço por completo. Essa dominância pode se dar pela cor, pelo tamanho, intensidade ou outro atributo.
Harmonia, Equilíbrio e Bom Senso
Para ter bons resultados na composição de uma paisagem é importante compreender que harmonia e equilíbrio são dois conceitos chave. Além disso, você deve usar o bom senso para fazer as escolhas mais assertivas para preencher o espaço. Lembre-se também que no paisagismo os elementos não estão no local apenas porque são bonitos, mas sim porque realmente podem interagir e servir para esse ecossistema.
O trabalho de paisagismo tem crescido bastante no mercado e pode oferecer uma oportunidade para quem gosta de planejar ambientes e deseja estar próximo ao meio ambiente. Para se tornar um paisagista é importante estudar e passar a ter uma visão diferenciada dos espaços.
