Ilex Paraguariensis

A erva-mate (Ilex paraguariensis) é muito popular no estado do Rio Grande do Sul e pode ser chamada de mate ou congonha. Trata-se de uma árvore que faz parte da família aquifoliáceas que tem a sua origem na região subtropical da América do Sul. Já faz parte do ideário popular a respeito da região Sul do Brasil.

A forma de consumo dessa erva é através de chá – que pode ser quente ou gelado – além de chimarrão (nome dado no Brasil) ou tereré (nome dado em países como Paraguai, Bolívia, Uruguai, Argentina e Chile). A palavra “Mate” é um derivado do termo quéchua “mati” que se refere ao recipiente em que se bebe o chimarrão. Já a palavra “congonha” vem do tupi kõ’gõi cujo significado é “o que mantém o ser”.

Conhecendo a Ilex paraguariensis

Essa planta pode chegar a ter doze metros de alturas, o caule possui um tom cinza e as suas folhas se apresentam numa forma oval. O fruto pequeno é verde ou ainda vermelho-arroxeado. Uma curiosidade interessante é que a reprodução dessa planta somente era possível através dos pássaros da região que comiam o fruto pequeno e então acabavam defecando a sua semente que já estava escarificada. Como a planta tem uma grande sensibilidade ao sol é necessário que haja uma técnica de sombreamento até que a mesma chegue à maturidade.

Cultivo da Ilex paraguariensis

Como o cultivo de erva-mate exige um extremo cuidado já existem viveiros que fazem a reprodução de mudas de variedades que são previamente selecionadas. O plantio é feito com o uso de técnicas especiais nos grandes hortos. Uma forma de tornar mais fácil a colheita anual dos ramos é realizar um processo de poda bastante severo em que não de pode deixar que a planta atinja mais de três metros de altura.

O objetivo desse controle de altura é fazer que as plantas mais altas não atrapalhem a colheita das folhas mais jovens que são vistas como mais nobres para fazer a infusão do chá mate. O habitat original dessa erva é o planalto curitibano em que se tem o hábito de cultivar junto a erva mate e a araucária. Com essa técnica se busca evitar o desgaste comum do solo.

A História da Ilex Paraguariensis

Ao que tudo indica foram os guaranis que habitavam a região nordeste da Argentina que descobriram a erva-mate. Os colonizadores espanhóis da região passaram a conhecer a planta através dos guaranis no século XVI. Os espanhóis então acabaram difundindo a planta por todo o Vice-Reino do Rio da Prata.

Ainda no século XVI a planta chegou a ser proibida na região do Brasil porque era vista como sendo a “erva do diabo” por padres jesuítas. Contudo, a partir do século XVII os próprios jesuítas passaram a incentivar o uso da erva-mate, pois achavam melhor que as pessoas consumissem o chá a bebidas alcóolicas.

Saudação de Chegada

O médico alemão Roberto Avé-Lallemant fez uma viagem pelo Sul do Brasil no ano de 1858 e registrou que a erva-mate era uma saudação de chegada que indicava um símbolo de hospitalidade com aqueles que chegavam e também um sinal de reconciliação. Todos os bons sentimentos como o amor e a amizade entre as pessoas tem ligação com o preparo e o consumo da erva-mate.

A Preparação da Erva-Mate

O processo de produção da erva-mate se manteve muito parecido com o método dos índios até meados do século XX. Esse processo era dividido em algumas etapas como corte, sapeco e secagem da erva. É possível secar a erva de duas maneiras diferentes, uma delas é através do carijo.

Usa-se um tipo de estrado que é composto de varas e cipó no qual são colocadas as folhas e espera que eles sequem durante um período de 10 dias em cima de um braseiro. A outra forma é usar o barbaquá que ajuda no caso de uma produção mais ampla o que exige mais investimento, um sistema muito usado a partir do século XX.

O processo consiste em deixar as folhas secando com o calor que acaba sendo transportado por meio de um túnel de alvenaria de maneira que a fumaça acaba sendo desviada de maneira que a folha não fique com gosto ou cheiro de fumaça. Para terminar o processo é feito o cancheamento e a separação das folhas.

Erva-Mate – O Ciclo no Brasil

O Paraguai passou por um isolamento no século XIX e dessa forma proibiu que fosse realizada a exportação da erva-mate. Com isso a Argentina e o Uruguai precisaram substituir a erva-mate que era importada do vizinho pela erva brasileira o que ajudou a desenvolver o ciclo da mesma nos estados de Santa Catarina e Paraná.

Conhecendo as Propriedades da Ilex Paraguariensis

Algumas pesquisas descobriram que existem diversas vitaminas na erva-mate como as vitaminas do complexo B, vitamina D e vitamina C. A planta ainda conta com sais minerais, manganês, cálcio e potássio. Trata-se ainda de uma erva de efeito diurético, antirreumático e que tem o poder de estimular além de ser laxante.

Essa erva não é indicada para pessoas que apresentam insônia ou nervosismo uma vez que é um estimulante natural. É interessante destacar que essa planta contribui para a melhora da libido uma vez que tem saponina que é um dos componentes da testosterona. A planta pode ser usada verde ou tostada para fazer chimarrão e chá. Além disso, é possível fazer uma bebida gelada misturando a erva com extrato de maracujá.

Outros Benefícios da Erva-Mate

Essa erva ainda pode contribuir para uma melhora da circulação uma vez que acelera o ritmo do coração e torna harmonioso o funcionamento do bulbo medular. Também tem ação sobre o tubo digestivo o que ajuda na digestão além de ser relaxante e diurética. A erva-mate ainda é vista como benéfica para a pele já que atua como um agente de regeneração celular. Para coroar os seus benefícios essa planta ainda age combatendo o colesterol ruim (LDL), isso porque possui ação antioxidante.

Essa é a conhecida erva-mate que é consumida no Brasil, nos estados do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, como chá gelado ou quente. Como chimarrão, é usada nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e também no Uruguai, na Argentina e algumas regiões do Chile e da Bolívia.

A erva-mate é utilizada com água gelada como tererê, aqui no Brasil, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Paraná, interior de São Paulo e Rondônia e também no Paraguai.

A planta pode atingir até 12m de altura e hoje nos viveiros ela é mantida sob controle para que não chegue a mais de 3 metros.

Em tempos passados já foi uma planta proibida. Hoje, entretanto, seu uso é estimulado uma vez que estudos confirmaram as propriedades terapêuticas muito benéficas para a saúde.

O seu consumo também estimula as atividades físicas e mentais, além de combater a fadiga.

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