Nosso país possui uma diversidade ecológica muito grande. Temos florestas com milhares de espécies de árvores diferentes e com características bem peculiares. Aqui sempre foi destaque pelo verde, mesmo não nos dando conta disso. A começar pelo próprio nome do nosso país que veio a partir de uma planta, o Pau Brasil, sem falar na maior área verde do mundo e de um dos biomas mais importantes do nosso planeta: a floresta Amazônica e o Pantanal, consecutivamente.
Os pinheiros sempre tiveram destaque na nossa vegetação. Podemos encontrar em grandes quantidades como o pinheiro Araucária, muito comum na região sul do nosso país, principalmente no Paraná, onde hoje tem a maior floresta de araucárias da América do Sul, a Mata de Pinhais.
Levando em conta toda essa familiaridade com pinheiros, vamos aqui conhecer mais uma dessas espécies: o Pinheiro Bravo. Muito comum nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, esse tipo de pinheiro compõe os biomas dessa região e possui particularidades muito interessantes.
Ficha Técnica
O Podocarpus Lamberti, nome técnico do Pinheiro Bravo, é uma planta da família das Podocarpaceae que pode chegar até 14 metros de altura, com no mínimo 8 metros para aqueles pouco desenvolvidos, sendo dessa forma considerada uma árvore de porte médio. Dependendo da região onde ela se encontra, podemos ter referencias dessa mesma árvore com outros nomes como pinheirinho, pinho bravo, pinheirinho bravo e atambuaçu.
É uma planta nativa do Brasil, mais precisamente da região que começa em Minas Gerais e vai até o Rio Grande do Sul. Ainda encontra-se também, uma pequena incidência desse tipo de pinheiro na província de Misiones, na Argentina. O Pinheiro Bravo é típico de regiões onde existem muitas áreas de altitude, o que faz com que este seja bastante encontrado junto com o pinheiro do Paraná, devido as características muito semelhantes
Para crescimento, o Pinheiro Bravo desenvolve-se mais em áreas de formações secundária, o que faz com que matas mais fechada, bem comum na nossa vegetação, seja escassa desse tipo de pinheiro. Além da região de maior incidência que citamos mais acima, essa planta também é encontrada na região do norte de Minas Gerais e da Bahia.
Cultivo
Tirando-se o fato de você possuir um terreno muito extenso, como uma fazenda ou um sítio, essa não é o tipo de planta que você conseguirá cultivar no quintal de casa. O Pinheiro Bravo é uma planta florestal então tanto o seu tamanho como o tamanho da sua raiz, exigem terrenos apropriados para o seu cultivo.
Quanto ao solo, essa planta prefere os solos com boa fertilidade, mas também consegue se desenvolver naturalmente em solo pobre, contanto que haja algum tipo de fertilidade química bem intensa e de boa variedade de compostos e que sejam bem drenados. Solos argilosos também são bem propícios para o crescimento do Pinheiro Bravo. Caso não haja fertilidade química suficiente, somente a drenagem, a planta também conseguirá se desenvolver, porém em um processo de crescimento muito lento.
Distribuição do Pinheiro Bravo no Nordeste
Podendo perceber a principal região de distribuição dessa planta, você notará que ela tem incidência maior em áreas de climas arejados e mais frios. Isso é fato que ela prefere esse tipo de clima e desenvolve-se muito melhor. Apesar de ser uma planta rústica, ela prefere e desenvolve-se melhor nesse tipo de clima, devido a facilidade de crescimento de suas folhas.
Tendo isso como característica, o descobrimento do Pinheiro Bravo no Nordeste tornou-se curioso para estudiosos, já que as áreas eram de temperaturas elevadas e mesmo assim a planta cresceu fértil. Ela é muito encontrada na Bahia, mas esse primeiro caso ainda é relativo devido a região baiana ter um clima relativamente baixo comparando-se com o restante do Nordeste. Fato curioso foi a descoberta do Pinheiro Bravo no Sergipe e em Pernambuco justamente em áreas onde o clima é elevado e muito seco.
No caso da incidência do Pinheiro Bravo em Sergipe, pesquisas comprovaram que mesmo que essa região se situe no agreste nordestino, o que caracteriza a região como semi árida, existe uma área serrana, a Serra de Itabaiana, que favorece a predominância do clima tropical chuvoso, que facilitou o crescimento da árvore nessa região.
Já em Pernambuco, o Pinheiro Bravo foi encontrado na Serra dos Cavalos que fica na região da cidade de Caruaru, o que caracteriza-s também com clima muito seco. Em contrapartida, a altitude da serra faz com que as variações térmicas ocorram na região e haja uma incidência muito grande chuvas e na época de clima mais quente, devido a altitude da serra, existe uma camada de ar frio presente durante a noite.
Madeira e Pragas
Esses são dois assuntos que podem ser discutidos em conjunto porque existe uma incidência muito grande de uma praga e de um fungo que ataca a madeira dessa árvore, principalmente das plantações na região de Minas Gerais e Sâo Paulo.
Mas iniciando o assunto pela madeira, ela é muito usada na fabricação de brinquedos, compensados, móveis rústicos, forros e palitos de fósforo. Usando esse último como comparativo, a madeira do Pinheiro Bravo tem exatamente a mesma cor apresentada por esses palitos, um marrom leve e claro.
Já quando o assunto são as pragas que atingem essa planta, é comumente encontrada no Pinheiro Bravo, uma praga denominada de Eupithecia, a qual raramente é encontrada em outro tipo de planta. Essa praga ataca mais as árvores encontradas na região da Serra da Mantiqueira. Além da Eupithecia, o fungo Corynelia brasiliensis também ataca muito o Pinheiro Bravo porém nesse caso, danifica apenas as folhas e os frutos. Para extinção desse fungo é necessário a aplicação de uma calda chamada bordalesa pelo menos 3 ou 4 vezes até que ele se exclua totalmente.
Como Plantar
Se você deseja iniciar o cultivo do Pinheiro Bravo, você pode fazê-lo através de sementes ou mudas. Tanto para um como para outro, é necessário uma profundidade de pelo menos 20 centímetros no solo para a inserção da planta. Ela leva de 1 a 6 semanas para germinar. Recentemente no Rio Grande do Sul, na cidade de Gramado, foi feito um mutirão de plantação do Pinheiro Bravo na região, pois de acordo com dados técnicos, a planta sofria com um alerta de extinção.