No meio das metrópoles cada vez mais cobertas de concreto, quem ainda tem o privilégio de contar com um jardim em casa sabe muito bem o quanto essa área verde pode beneficiar a saúde física e mental. Um pequeno espaço verde localizado em varandas, sacadas e até mesmo em pequenos jardins de inverno dentro de casa, é um excelente local para uma boa leitura, reunir os amigos para um bate-papo ou mesmo para ficar sozinho por alguns momentos, somente para contemplar as plantas e refletir sobre e vida.
Porém, por menor que seja, para manter um jardim bonito e com as plantas bem viçosas, é preciso ter cuidados frequentes, em especial com a poda e adubação do solo, sem falar que é preciso optar pelas espécies adequadas, levando em conta se vão ficar dentro ou fora de casa. Além da poda e adubação mensal, o proprietário do jardim deve ter atenção com plantas daninhas que podem comprometer o crescimento e o desenvolvimento de seu espaço verde. Essas plantas daninhas costumam sufocar as demais ou roubam o sol necessário para as plantas, tirando também a oxigenação e os nutrientes existentes no solo. Exatamente por isso é preciso identificar corretamente essas espécies e realizar os procedimentos necessários para eliminá-las.
Os Riscos das Plantas Daninhas nas Plantações
As plantas invasoras costumam ser definidas com os mais diversos nomes, como mato, inço ou erva daninha. Elas têm como principais características: alta longevidade, excelente adaptação ao clima, alta produtividade, intervalo curto entre a floração e germinação, facilidade de germinarem em todo tipo de terra sem adubação específica e rápido crescimento com alta eficiência de água. Dentre as espécies de plantas daninhas mais conhecidas no Brasil, estão as ervas daninhas do gênero “Commelina”, típicas dos trópicos, gramíneas como os caniços, e a “Cyperus Rotundus”, conhecida popularmente como “barba de bode”, junca ou tiririca. Muito resistentes, as plantas daninhas podem ter crescimento anual (nascem, florescem e produzem suas sementes na mesma estação do ano) ou perene (contam com órgãos subterrâneos de armazenamento, chamados de rizomas, o que proporciona o seu crescimento por muitos anos). Isso explica o fato das plantas daninhas retornarem rapidamente a um terreno capinado recentemente. Além desses dois tipos, também existem as plantas daninhas bianuais, que germinam em uma estação e florescem em outra. Dessa forma, elas evoluíram para se adaptarem bem a qualquer tipo de clima.
Importante lembrar que muitos autores consideram a planta daninha como uma espécie que cresce em um local onde não é desejada, podendo prejudicar ou não a plantação. Dessa forma, se uma planta de algodão crescer no meio de uma plantação de mamona, essa espécie, apesar de ser altamente útil ao homem, será considerada daninha. Uma curiosidade: a palavra “erva daninha” é originária da denominação em latim “ervis danium”, que quer dizer “erva danadinha”, termo empregado na época para as mulheres que traíam seus maridos, traiçoeiras como as plantas indesejadas. A regra entre os jardineiros e agricultores é considerar como daninha a planta que esteja prejudicando de alguma maneira o cultivo de espécies comestíveis e ornamentais, além das pastagens destinadas à alimentação dos rebanhos. No caso das plantações de espécies comestíveis e ornamentais, as plantas daninhas costumam reduzir a colheita, porque competem por espaço físico, iluminação natural, água e nutrientes presentes no solo. Além de diminuir a produção, a presença de plantas daninhas no pasto também faz com que o rebanho ganhe menos peso, pois muitas delas contam com espinhos ou arbustos, gerando dificuldade para que os animais possam chegar ao alimento. Vale lembrar que existem espécies de plantas daninhas que podem até mesmo prejudicar a saúde dos animais que utilizam a pastagem afetada, pois sua toxidade pode provocar tanto problemas leves, como baixo ganho de peso, até mesmo complicações reprodutivas e morte.
Plantas Daninhas: Como Identificá-las e Eliminá-las das Plantações
Dessa forma, é muito importante identificar as espécies de plantas daninhas corretamente, pois é a melhor forma de garantir a saúde das plantas de seu jardim ou das plantações e pastagens. No caso de pequenos jardins, o melhor método para eliminar as plantas daninhas ainda é a erradicação, processo em que o jardineiro deve examinar minuciosamente o jardim, removendo manualmente todas as plantas estranhas que surgirem no meio das plantas cultivadas. Não é recomendado o uso de herbicidas em jardins muito pequenos, especialmente os residenciais, pelo seu alto custo e também pelo fato de serem produtos prejudiciais à saúde de crianças e animais. A erradicação também é muito utilizada pelos pequenos produtores, pelo mesmo motivo dos jardins residenciais. Já para grandes plantações e pastagens, os produtores rurais costumam fazer tanto o controle de forma preventiva, como por meio físico, químico, mecânico, biológico e cultural, tanto individualmente como associados. Isso envolve a identificação das espécies, o uso de herbicidas, pesticidas naturais, formas de adubação específicas, entre outras ações.
Manual de Identificação de Plantas Daninhas:
Para ajudar a tarefa dos jardineiros e agricultores, uma opção é adquirir o “Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas – Plantio Direto e Convencional”, da Editora Plantarum. Escrito por Harri Lorenzi, o livro está em sua sexta edição e é uma obra completa para quem deseja obter um eficaz controle das plantas daninhas em suas áreas cultivadas. Lorenzi aborda o controle químico e relaciona as espécies de plantas daninhas que afetam os solos cultivados, tanto na maneira convencional como no plantio direto. A obra apresenta as etapas de crescimento das plantas daninhas, o que facilita a sua identificação nas plantações em qualquer etapa de sua formação. Além disso, o livro está atualizado sobre os principais herbicidas utilizados no controle químico realizado nas plantações brasileiras. Dessa forma, é um guia completo, prático e seguro para jardineiros e profissionais da agricultura.
Todos esses resultados puderam ser obtidos pelo autor ao longo de 12 anos de pesquisas realizadas com 36 principais especialistas em controle de plantas daninhas no território nacional. Com 338 páginas, o livro está sendo vendido por R$ 48,90 na Livraria Cultura, que parcela a compra em até seis vezes. O site da empresa é o seguinte: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?isbn=8586714224 Outra opção para identificar as principais espécies de plantas daninhas facilmente é acessar o site http://www.plantasdaninhasonline.com.br/, que relaciona com fotos as espécies de plantas daninhas mais comuns nos jardins e plantações brasileiras.