Os grãos de pólen são as gametófitos masculinos de uma planta. Mas os grãos de pólen não existem em todas as plantas, apenas nos vegetais superiores, ou seja, nas gimnospermas e nas angiospermas.
Mas o que é um gametófito? Um gametófito é a estrutura que produz os gametas. Os gametas são as células unicelulares que se juntam para formar o zigoto. Está confuso? Vamos entender primeiro como funciona a reprodução de uma planta, para conhecer o papel dos grãos de pólen na natureza.
Reprodução das Plantas
A reprodução nas plantas é um pouco diferente do que nos animais. Nas plantas ocorre um ciclo com uma alternância de gerações, ou seja, um organismo possui dois corpos durante sua vida e estes são alternados, dependendo da época da vida, por isso se chama alternância de gerações.
Todas as plantas possuem a alternância de gerações. As plantas que existem atualmente estão classificadas em quatro grandes grupos: as briófitas (musgos, antóceros, etc.), as pteridófitas (samambaias, xaxim, etc.), as gimnospermas (araucárias, pinheiros, etc.) e as angiospermas (plantas com flores e frutos – cactos, suculentas, macieira, etc.).
Os dois primeiros grupos são chamados de vegetais inferiores, mas este nome apenas diz respeito ao fato de que elas são mais antigas na natureza, surgiram antes. É importante deixar claro que nenhum grupo de ser vivo que existe atualmente é mais evoluído do que o outro. Todos os grupos de seres vivos estão no mesmo nível de evolução. A diferença é que alguns são mais complexos do que outros, entretanto todos são extremamente adaptados ao ambiente em que vivem.
Os dois outros grupos são os vegetais superiores, ou seja, as plantas que possuem sistema vascular completo e não possuem dependência nenhuma da água para que a sua reprodução ocorra. Os vegetais superiores possuem o grão de pólen. Essas plantas são chamadas de espermatófitas.
Evolução nas Plantas e o Surgimento do Grão de Pólen
As espermatófitas, que são as plantas vasculares superiores, são as gimnospermas e as angiospermas. As gimnospermas foram o primeiro grupo que surgiu na natureza com a presença do grão de pólen. Elas são muito conhecidas e eu tenho certeza que você já viu uma na sua vida. Os pinheiros e as araucárias são exemplos de gimnospermas.
Pelo fato de terem o grão de pólen, elas conseguiram o posto de pioneiras na conquista do ambiente terrestre. Isso porque os vegetais que vieram antes, ou seja, as pteridófitas, ainda necessitavam da água para a reprodução (indiretamente, pois os gametas ainda precisam nadar para ocorrer a fecundação). As gimnospermas ganharam essa estrutura chamada de grão de pólen e, claramente, essa mudança foi selecionada pela natureza, já que é uma grande vantagem em relação à outras plantas que precisam da água para se reproduzir. Além disso, as gimnospermas receberam também a semente, que é uma grande vantagem para a reprodução.
Depois das gimnospermas, surgiram as angiospermas. As angiospermas possuem o grão de pólen, a semente, e mais outras estruturas que lhes permitiram ter uma vantagem enorme na sobrevivência no planeta – as flores e os frutos. Por este motivo, mais de 90% das espécies de plantas que existem hoje pertencem ao grupo das angiospermas. E o mais impressionante é que elas foram as últimas a surgir na natureza. Mas o fato de terem grão de pólen, semente, flor e fruto, de vários tipos, lhes permitiu se adaptar a todos os biomas do planeta Terra.
Como Ocorre a Reprodução nas Plantas Que Possuem o Grão de Pólen?
Uma planta nova surge, assim como nos animais, a partir da formação de um zigoto. Um zigoto é uma célula formada por dois conjuntos de cromossomos (“paterno e materno”). O macho doa um gameta, que possui um conjunto de cromossomos e a fêmea doa um gameta, que é formado por um conjunto de cromossomos. Quando essas células se juntam elas originam a primeira célula de um novo ser vivo, essa célula é o zigoto. O zigoto então é uma célula 2n (dois conjuntos de cromossomos).
O zigoto então se desenvolve em um embrião, dentro de uma semente. Essa semente possui um tecido chamado de albúmen, que nutre o embrião. Possui também uma proteção interna e uma proteção externa. A semente é extremamente importante para a proteção do embrião. Enquanto a semente não está em condições favoráveis, com umidade, temperatura e outras condições ideais, ela não germina, ou seja, o embrião não se desenvolve, mas fica em dormência.
Quando a semente encontra um local perfeito para o crescimento da planta, ela germina. A partir disso o embrião pode então se desenvolver em um novo ser vivo. Este ser vivo é a planta que você conhece, uma árvore, um arbusto, uma herbácea, etc. Este vegetal que se forma a partir do desenvolvimento da semente é chamado de esporófito. Ele é a fase duradoura de uma planta, ou seja, a geração (como citei lá no começo do artigo) permanente. É chamado de esporófito pois é uma estrutura que produz esporos (estrutura vegetativa que se desenvolve sem fecundação).
Então ok, vamos entender agora como são produzidos os gametas, afinal de contas é assim que vai ocorrer a formação de um novo ser vivo. O esporófito, ou seja, a planta (árvore, por exemplo) produz esporos em ser corpo que serão desenvolvidos em estruturas chamadas de gametófitos. O gametófito é a geração transitória da planta, ele existe apenas na fase reprodutiva da planta.
Os gametófitos estão, nas gimnospermas, as pinhas; nas angiospermas, eles estão nas flores e são chamados de grão de pólen e óvulo (o óvulo não é o gameta feminino, nas plantas, apenas tem o mesmo nome). Então, por meiose (divisão celular onde uma célula 2n dá origem a 4 células n), os gametófitos originam os gametas, que ficam armazenados dentro deles. Em outras palavras, o gameta masculino está dentro do grão de pólen e o gameta feminino está dentro do óvulo.
Como Ocorre a Fecundação
O grão de pólen é uma estrutura muito pequena que fica dentro da flor. Ele voa com a ajuda do vento ou então com a ajuda de animais, como as abelhas – essa é a chamada polinização (levada do grão de pólen até o óvulo. O grão de pólen chega então ao óvulo. Na realidade ele chega em uma estrutura da flor chamada de estigma, ao tocar nela ele desenvolve um tubo (tubo polínico). Esse tubo leva o gameta masculino até o óvulo.
Ao chegar lá ocorre a fecundação, que é quando os dois gametas se encontram. A fecundação ocorre dentro do óvulo, que fica dentro da flor (ou dentro da pinha, no caso das gimnospermas). A partir disso então é formado o zigoto e, em volta deste, a semente, que protege o zigoto/embrião. A semente, no caso das angiospermas, são protegidas pelo fruto.
Em Outras Palavras…
Para ficar fácil de entender, a reprodução das plantas ocorre, assim como nos animais, com a formação de gametas, feminino e masculino, que se unem e formam o zigoto, a primeira célula de um organismo. O zigoto se desenvolve e se transforma em um novo ser vivo – em uma nova árvore, por exemplo.
Os gametas se encontram quando o grão de pólen (a estrutura minúscula que existe nas flores) chega à outra flor e leva os gametas até o encontro dos gametas femininos (que estão dentro do óvulo da planta (os gametas femininos da planta são chamados de oosfera). Ou seja, a função do grão de pólen é produzir, proteger e carregar os gametas masculinos até ele chegar ao encontro do gameta feminino. O grão de pólen pode ser carregado pelo vento, por mamíferos (morcegos), por aves (como os beija-flores) ou por insetos. Os grãos de pólen são essenciais para a reprodução das plantas.