Vinagreira (Hibiscus Sabdariffa)

Muitos já fizeram uso ou ao menos ouviram falar da Vinagreira, que é cientificamente conhecida como Hibiscus sabdariffa.

Informações:

Essa planta faz parte da família das Malvaceae, sendo chamado de maneira popular quiabo-roxo, quiabo-azedo, caruru-azedo, azedinha, quiabo-róseo,  vinagreira e rosélia. Sua aparência é a de um arbusto semilenhoso, com surgimento perene ou bianual, e que pode ser ramificado ou ereto de acordo com a situação em que for conduzido.

Sua origem é bastante controversa e pode ter sido tanto na Ásia quanto na África, podendo alcançar os 03 metros de altura. Apesar de muitos usarem a mesma como planta de ornamentação, tem sido cultivada comercialmente em razão de suas particularidades medicinais, além disso, possui uso culinário e têxtil.

A África é um dos maiores produtores de Vinagreira, e o país que mais a importa é a Alemanha, agregando valor aos cálices vindos da África. Já sua flor é muito utilizada na preparação de geleias, doces e xaropes.

Ao Sul de Portugal ela é cultivada como uma planta anual.

Características da Vinagreira

Além de todos os nomes que já citamos, pelos quais essa planta é conhecida, ainda há:

• Groselha-flor-roxa
• Agrião-de-guiné
• Caruru-da-guiné
• Groselheira
• Pampulha
• Graxa-de-estudante
• Hibisco,
• Pampola,
• Quiabo-de-angola
• Rosele e rosela

Seu caule possui poucas raízes e com tonalidade mais avermelhada. Suas folhas apresentam aspecto simples sendo que as da parte de baixo e de dentro são ovadas e as de cima lobadas, com longo pecíolo e de cor roxa. As folhas são bastante suculentas e apresentam um gosto ácido, um pouco até adstringente. Enquanto que as flores xiliares, têm cor rosada, cujo pedúnculo possui cor vermelha.

O conjunto formado pela corola e pelo cálice é a parte fundamental da planta, sendo reconhecido como fruto, com aparência de uma cápsula ovalada, contendo cinco lóbulos, cobertos com pelos picantes e finos, que guarda muitas sementes.

Partes que Usadas da Planta: Fruto e flor.

Acredita-se que essa planta chegou até ao Brasil pelas mãos de escravos africanos, já que é sabido que ela pode ter lá suas origens.

Forma de Conservação: As flores e folhas da vinagreira são colocadas ao sol para a secagem, em local bem seco e ventilado. Depois são comumente armazenadas em saco de pano e papel, para que possam manter o poder curativo de suas folhas.

Formas de Plantio: Essa planta tem sua reprodução feita por meio de sementes, preferencialmente em lugares que possuam clima mais quente, não importando o solo. Aproveita-se das folhas às flores, e muitos usam para o consume apenas o cálice que as flores têm.

Principais princípios ativos: ácido ascórbico, ácido hibísco, ácido cítrico, ácido málico, ácido tartárico, ácido oxálico, antocianinas, delfinidinas, carboidratos, flavonoides (como a gossipetina, hibiscetina e hibiscina) dentre outros.

Ativos medicinais presentes na vinagreira: corante, anestésica, albuminóide, aromatizante, antiespasmódica, antiescorbútica, aperiente, digestiva, emoliente, diurética, estomático, vasodilatadora periférica e laxante suave.

Principais indicações medicinais para a planta: essa planta é bastante indicada em diversas situações, dentre elas estão as dietas para a perda de peso, nas doenças relacionadas ao espasmo gastrintestinal, ao fortalecimento dos cabelos, cólica de útero e espasmo, má digestão, hipertensão, gastrenterite, perda de apetite, constipação do intestino, ativação da capacidade de urinar, varizes, infecções da pele, e hemorroidas.

A quem essa planta é contraindicada: as pessoas que estão passando pelo tratamento de desintoxicação do álcool não devem fazer uso de sua tintura alcoólica.

Formas de Uso:

Para combater a má digestão ou promover um refresco para o intestino ou ainda como diurético, pode-se pegar uma xícara de chá, e nela acrescentar aproximadamente uma colher de sopa de flores picadas e, por cima completar com água fervente. Depois é só abafar a infusão, aguardar por 10 minutos, coar e tomar o chá. É recomendado que se tome 01 xícara dessas até três vezes ao dia. Caso prefira, melhore o sabor do chá acrescentando poucas gotas de limão.

Agora, como digestivo estomacal ou melhorador do suco biliar e calmante do intestino, ponha mais ou menos três colheres de sopa das folhas de vinagreira picadas num recipiente com 1/2 litro de vinho branco, mas não pode ser doce, precisa ser seco. Aguarde que a misture fique em maceração por aproximadamente oito dias, mexendo de vez em quando e depois coe. Tome um cálice dessa mistura antes das refeições.

Para proteger as mucosas, junte 01 colher de chá, somente das flores de vinagreira picadas, numa xícara de chá de água de água fervendo. Abafe o líquido por mais ou menos 10 minutos, aguarde até que líquido esfrie, coe e tome a mesma até três vezes por dia.

Mais Sobre o Chá

Chá: O chá pode ser feito com qualquer uma das partes da planta, porém, a parte mais saborosa está contida nos cálices das flores, e o mesmo é mais conveniente de ser usado para doenças do estomago, nas ações diuréticas, calmante e emoliente. Como já mencionamos, os principais ativos da planta são oxalato de potássio, ácido oxálico e ainda os carboidratos.

Efeitos Colaterais Presentes na Vinagreira

Os efeitos que podem advir do uso incorreto da vinagreira são diarreia e vômito, mas ocorrem somente quando a mesma é consumida em excesso.

O Uso da Vinagreira na Culinária

É bastante apreciada nos pratos típicos da região Maranhense, estando presente especialmente no famoso arroz de cuxá. Os cálices da flor podem ser usados como picles em conserva e ainda na forma de chás.

Na região norte a vinagreira é vedete dos pratos, enquanto que no sul o que faz sucesso é o hibisco. Ocorre que ambos se referem à mesma planta: a vinagreira é a parte correspondente a folha, e o hibisco, são aquelas sépalas que estão ao redor do fruto.

Na parte norte do país a vinagreira dá frutos e folhas o ano todo. Já nas demais regiões, apenas uma vez durante o ano.

Como já dissemos, a vinagreira faz parte do arroz de cuxá, que é uma mistura deliciosa de arroz, vinagreira, camarão salgado e seco e pimenta-de-cheiro, e ainda pimenta murici para proporcionar um sabor mais picante ao prato. A planta passa por um cozimento até ficar macia, e então passa por um processo de batida, até que se torne uma massa homogênea. Depois é refogada com o arroz, as pimentas e o camarão.

Além do arroz de cuxá, os restaurantes servem como acompanhamento do prato uma moqueca de frutos do mar. Esse é um dos pratos mais familiares e tradicionais da região e não pode faltar em nenhuma casa, desde as mais simples até as mais abastadas.